Diário de Liv

segunda-feira, julho 17, 2006

DESEJO

"Desejo, primeiro, que você ame, e que amando, também, seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer. E esquecendo não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem se desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
que mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis.
E que em pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos;
nem muitos, nem poucos, mas na medida certa para que, algumas vezes,
você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil, mas não insubstituível.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada
essa utilidade seja suficientepara manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante;
não com os que erram pouco, porque isto é fácil,
mas com os que erram muito e irremediavelmente.
E que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer.
E que sendo velho não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo também que você plante uma semente,
por mais minúscula que seja, e acompanhe seu crescimento.
Para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
coloque um pouco dele na sua frente e diga "Isso é meu",
só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele, e por você,
mas que se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo, por fim, que você, sendo um homem tenha uma boa mulher.
E que, sendo uma mulher, tenha um bom homem.
E que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte.
E quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer não tenho nada mais a te desejar"
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Victor Hugo
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"INEXISTÊNCIA
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Hoje tudo me parece inexistente. Sinto as coisas como se elas fossem bolas vazias e voláteis a rebentarem no nada de ser pensado. Não acredito nos meus dias sacrificados nesta ausência. Deixo-me atingir por esta luz que viola todas as perspectivas que se tem da vida. A felicidade é um fragmento institivo capaz de pôr em perigo o equilíbrio emocional. A felicidade que rasga a dor por instantes como se fosse um analgésico contra a inexistência. Tenho sentimentos que não se deixam escrever. São vozes perdidas a desfazerem-se na aragem quente da tua respiração. Eu tinha pensado que o amor é uma máquina de projecção de imagens invisuais. Existe muita destruição nesta frase. Posso repetir: o amor é um projector de infinitos focos de infecção. É o terrorismo de amarmos o negativo de nós próprios. Não sei, talvez no avesso sentimental encontres conforto para o teu sofrimento."
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