Diário de Liv

quinta-feira, setembro 07, 2006

Breves instantes!

"Encontrei-te duas, três vezes, no máximo. Nestes breves instantes, teus olhos disseram-me silêncios que eu quase compreendi. Natural a maneira como quis trazê-los para dentro. Não houvesse a timidez feito uso do artifício do sorriso - que não quer sorrir, mas abraçar -, e das histórias que todo mundo conta - com tal zelo e distanciamento - quando o que pedimos é confissão de bocas que se encontram, teria me permitido usar meus silêncios para melhor entender os teus. Qualquer coisa a mais, destes encontros fortuitos, calou fundo, perturbou minha música íntima, exigindo que eu revisasse meus repertórios, meus clichês. Teus lamentos, musicais, os meus, poéticos. Entre tais diferenças, tantas semelhanças na forma de encarar a vida, bem como as próprias emoções! Teu pop talvez tenha combinado com o meu, vai saber! E nunca haverá outra forma de descobrir tudo isso se não me traduzires para tua língua... No fundo não faz diferença se a diferença que eu não faço na sua vida é deliberada covardia ou respeito ao que não me pertence, porque tudo redunda em anonimato. Mas se eu pudesse dizer, o que eu diria? Minha vontade de te confessar silêncios? A interrogação que reveste meus desejos? E por mais que eu me resguarde da oferta de meus instintos, pensar em ti continua sendo prazerosa recorrência. Continuar é meu caminho. Até quando não mais soar "quase". Quase dizer, quase ter esperanças. Lembrar do pouco que sempre nos dissemos, e do muito que isso sempre me representou... meras abstrações de quem quer muito mais."
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Roberta Tostes

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