Diário de Liv

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Nessa trajetória de viver, ficou-me a certeza de que o bem supremo não é a vida mas uma vida digna; o bem maior não é o amor mas um amor que dê alegria e paz – e que, mesmo se terminar, continuará nos aquecendo na memória. E que há sempre, em algum lugar talvez inesperado, a possibilidade de música e vôo. Não há fase da vida para ser paciente e virtuoso; não há idade para ser belo, amoroso e sensual.
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O amor nos faz melhores se tiver sido bom; nos ajuda a aceitar a transformação se tiver sido terno; nos ensina a respeitar a liberdade se tiver sido sagrado. E se for tudo isso, certamente será um amor demorado, um amor delicado, um digno amor: mesmo doente vestirá seu traje de baile para não perturbar a calma de quem é amado; mesmo solitário porá a máscara da festa para não inquietar quem precisa partir.
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Não sei se fui capaz dele ou se o mereci, mas esse amor – cuja duração nem sempre importa – vale muitas vidas e não nos pertence. Foi colocado em nós como um aroma num frasco, guiado por outra mão que não a do mero acaso. Tem em si uma luz que a maturidade torna mais vibrante e espalhada – e, apesar das dores, muito mais enternecida.”
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Lya Luft

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