Diário de Liv

sexta-feira, junho 23, 2006

MINHAS CONTRADIÇÕES

"Não sei tuas convicções. As minhas não são e não podem ser fixas. Estão sempre diante do risco do desabamento. São dinâmicas. Há umas mais antigas; há outras mais novas. Talvez não se possa viver sem convicções, mas para mim, elas se comportam como teorias científicas - sempre vulneráveis à primeira refutação. São castelos de cristal que podem trincar na ressonância aguda de uma nova descoberta. As palavras "nunca" e "sempre" são continuamente reinventadas em minha mente.Adoro paradoxos, enigmas, infinitos e círculos que não tem fim. Adoro escrever textos loucos sem sentido imediato com idéias controversas nas entrelinhas. Adoro provocar minhas convicções, pô-las à prova e testar idéias contrárias.
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A incerteza me anima e move meu interesse. A dúvida me dá prazer em viver, me incentiva à investigação constante e permanente. A sede de descobrir parece-me insaciável. A curiosidade sobre o todo, sobre o que existe de fato, sobre a possibilidade do fato não existir, sobre a inexistência da existência, faz destes sentidos dinâmicos que imprimem em minha mente algo que defino como vida - para pelo menos poder falar dela - uma aventura extremamente feliz. Fico feliz em saber que o desconhecido é infinitamente maior que o conhecido. Busco a verdade em todos os tempos e espaços, mesmo reconhecendo que nunca é definitiva ou absoluta.
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Para mim, a certeza definitiva e a verdade absoluta, a predestinação determinada, o nunca e o sempre, o início e o fim, o preto e o branco são singularidades inatingíveis. Utopias que buscamos, chegamos perto, mas nunca alcançamos. Dão sentido às coisas e à vida. Trazem alegrias e tristezas num mar utópico de indiferença, um espectro de cores entre o tudo e o nada. Aceito relatividades, finais com reinícios, viagens sem volta mas com novas partidas, até mesmo a paradoxal utopia. Acredito no "nunca" e no "sempre" do que se move e se transforma, do que muda para continuar ou deixar de existir."
Helder da Rocha

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