Momento de Introspecção
Mácula e ferrenha com o qual habitas
Misto de introspecção, fácil de calar,
De mais e mais no aconchego do seu azar.
E a cegueira insiste em se hospedar
No acúmulo das traiçoeiras mágoas a degustar
Do nobre e precioso fel, que envelheceu tal como o tinto,
Nos tonéis de carvalho de sua oculta memória.
Hospitaleiro celeiro de emoções
Caldeirão borbulhante de antigas canções
Fardo que carregas sem se dispor
Fécula do amor perdido, rasgado e marcado a fogo,
.
Não bastas sofrer em vão! Ponha-te de pés
Olhes no espelho e enxergues quem és
Abra-te os olhos e a vista, que vista!
Verás o verde monte que ao seu redor habitas
E encontrarás a ovelha e o carneiro a pastar pelas campinas
O mundo, então, parará de girar ao redor de sua sofreguidão
De mais a mais, a sua cegueira perderá seu próprio condão."
Aluísio Sabino
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