Diário de Liv

domingo, maio 28, 2006

Palavras na Noite

"O dia brilha lá fora e aqui dentro só há escuridão; Mesmo na calada da noite a negritude de minh’alma mostra-se diferente; Junto a ela sempre caminha um silêncio absoluto; Lar de meus pensamentos e sonhos, mesmo que sobrepujados pelo escuro ganham asas e alimentam minha esperança.
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Os dias de minha vida passam como pequenos momentos luminosos que pontuam a solidão; Ouço o mundo ao meu redor, uma miríade de sons, vozes e estímulos; São pequenos ruídos que ditam meu caminhar e fazem com que siga adiante; E então, imagens surgem e desaparecem tão rapidamente quanto se fizeram em minha mente
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A noite continua; Lá fora é dia e aqui dentro é o meu mundo; Na noite sigo e encontro forças para não errar; Sou meu guia, confio na minha guia, e vivo o meu dia; Por vezes, porém, a noite reserva surpresas; Uma voz traz a luz como um farol na noite tempestuosa; Sinto o leve toque de uma mão em minhas costas
Palavras vêm em meu auxílio; A dor parece diminuir, mas o que existe não é dor; A dor vem daquilo que perdemos, ou sentimos muita falta; Não pode haver dor em algo que nunca tive e nunca terei
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Mesmo esta interminável noite, porém, ganha luminosidade a cada voz, a cada toque, a cada farol que se acende em meu caminho; Cada gesto de ajuda não é caridade, mas sim Humanidade; Sinto-me bem, num mundo que ainda me suporta, e me ajuda;
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Muitos me têm como coitado e sentem piedade; Outros me ignoram e entram numa escuridão pior que a minha, a escuridão da alma; Há aqueles que respeitam, mas temem tal ser soturno e anormal; E, por fim, existem os que simplesmente estão lá e para os quais não há diferença; São poucos, mas sua quantidade não tira a nobreza de seus grandiosos atos
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E mesmo uma palavra é tão grandiosa quando a mão que guia aquele que usa sua guia; Da cegueira nunca me livrarei; Mas da Humanidade e da amizade nunca me esquecerei... enquanto puder ouvir essas poucas, mas inestimáveis, palavras na noite."

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