Diário de Liv

quinta-feira, setembro 21, 2006

"Anverso nem reverso"

"Não haverá nunca uma porta.
Estás dentro e o alcácer abarca o universo
E não tem nem anverso nem reverso
Nem externo muro nem secreto centro.
Não esperes que o rigor de teu caminho
Que teimosamente se bifurca em outro, tenha fim.
É de ferro teu destino como teu juiz.
Não aguardes a investida do touro
Que é um homem e cuja estranha
Forma plural dá horror à maranha
De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes.
Nem sequer a fera, no negro entardecer. "
.
J.L. Borges

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