Diário de Liv

sexta-feira, setembro 15, 2006

Limites
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"Sem comentários sobre essa manhã! O que eu posso é citar os sentimentos que me invadiram: raiva, angústia, esgotamento, descrença. Transbordei até a última gota. Pelo menos é provável que eu não volte a sentir isso tão cedo. Tava prevendo que ia acontecer: preocupações desnecessárias, cobranças além da conta, ansiedade 24 horas por dia, falta de sono, depois excesso de sono, remédios que só fazem efeito no início, tanta tensão muito bem guardada e escamoteada pela minha vontade de viver, pela alegria diária que não é fingimento, é uma forma útil - e prazerosa - de resistência. E não podia ser diferente. Afinal, não adianta ficar revolvendo dores e preocupações o tempo todo, só pra dizer que não é se hipócrita ou alienado. Ou pessimista. Não acho que seja hipocrisia querer mudar o que se sente, ou aprender a conviver com a própria melancolia, de maneira que essa característica não me transforme numa pessoa chata, ranzinza, que só vê as sombras da vida. Eu não, mesmo se houver sombras, quero pensar no sol!Mas, quando as feridas têm de sangrar, aí não adianta, elas sangram, quando tem de cicatrizar, cicatrizam também. Quanto a isso estou no meio do caminho. Hoje elas sangraram, fazer o que? Havia por esses dias mais nuvens no céu do que o previsto, e elas acharam por bem chover sobre mim justamente hoje. Fugir da tempestade não dá. O bom é que hoje chove, chove, chove, mas no outro dia faz sol. E a vida continua.. e é retomada com mais facilidade do que antes era. (...) Quando se atinge certos limites, não adianta forçar. Sei bem como funciona essa lógica. E não é de hoje que opero com ela. Por isso, nem lamento tanto. Costumo me cobrar mais antes de fazer, de cumprir minhas obrigações, por causa desse meu perfeccionismo mal orientado, mas quando acabo deixando de cumpri-las, não costumo ficar chorando sobre o leite derramado, não."
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Pelo meno isso...
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Roberta Tostes

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