"Tem hora de parar e tem hora de partir, tem hora de permanecer quieto e calado num canto, e tem hora de cantar e de voar. E agora, agora não é hora de dobrar as asas, nem de calar a voz, nem de catar gravetos para fazer o ninho. Agora não é hora de sentir remorsos, nem de buscar consolo, nem de caiar o túmulo. Agora que estou na beirada, bêbado de alegria, pronto para o salto, não me segure em nome de nada. Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo, ou que é muito tarde, ou que está escuro, é perigoso, muito alto, muito fundo, muito longe... Não! E se você não puder incentivar-me para o salto, ou até mesmo empurrar-me com amor em direção à Vida, não me prenda, não me amarre. Não envenene com teu medo a minha dança. Seja só uma testemunha silenciosa desta vertigem. Porque agora, agora é hora de voar, agora é hora de abrir-me a todas as possibilidades. E voar um vôo livre e sem destino para dentro de mim mesmo"
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