Diário de Liv

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Diário de Motocicleta

Estou convencida de algumas coisas... não porque somente neste crucial momento da vida assisti a esse filme .. Mas porque vi em meu diário as primeiras lições de vida … que ‘e tão  real  quanto imaginável e ao mesmo tempo tão distante e tão próximo de mim…. Será muita inocência dizer que a mais completa revolução ‘e a poesia que se reprime no intimo do nosso ser!? E que o maior bem capitalista que tenho ‘e a própria estória do meu destino… obra prima em um leilão cheio de alienados ... que me vê mais como propaganda a ser vendida do que alguém que tentar comprar ideais... 

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Lá está registrada toda a vergonha em ser quem pude ser e todo o orgulho que tenho em dizer que  meu grande feito foi ser a minha própria morfina para a dor que eu sentia quando a mudança me consumia. A ternura me fez admirar o que parecia feio, pobre e triste e mudou a minha essência. Não foram heróis, mas as maiores e melhores pessoas que conheci foram aquela que quando pensei que  precisavam da minha instrução, assistência e até  caridade, guiaram-me ao conhecimento da dignidade humana, alfabetizando-me de sentimentos com cálculos simples e olhares que diziam as palavras mais complexas. Nunca me senti tão importante e tão impotente!

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Não consigo expressar a dimensão dessas experiências para a minha personalidade... naquilo que acredito,  desejo e que me faz responsável ou pela omissão ou pela transformação. Em cada fragmento de realidade busquei sonhos.... sem segunda intenção. Por isso, tenho comigo as lembranças e as marcas de cada lição, que me levam a reconhecer o inexplicável. Não me sinto uma missionária, uma rebelde sem causa, uma jovem saudosista... mas uma viajante que não sabe qual o caminho deve seguir... afinal... a geografia das utopias não tem direção.

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Escrever um diário ‘e necessário... saber viver ‘e muito mais. O fascínio do desconhecido ‘e tão essencial quanto saber olhar o óbvio... sem isso... não há espírito... não há uma alma por traz do animal e seu instinto... E essas emoções me modificaram até a raiz! Sem razão nenhuma de ser... pela simplicidade que vi e senti... mas não a vivi na plenitude, na sua lógica mais radical, na sua verdade mais selvagem. A hipocrisia ainda não ‘e a minha inimiga! Como ‘e difícil desvencilhar das origens disfarçadas e desconstruir esse mundo de imagens! E ainda assim, como ‘e estranho sentir que nada e ninguém ‘e insignificante! 

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LVM




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