Diário de Liv

domingo, outubro 04, 2009

PROTESTO A POSSIBILIDADE DE SER!

Sobre os meus dias, tão  mornos e serenos… protestei!  Ora, por que devo me conformar com o marasmo dos domingos e feriados? Com “raspas, restos e migalhas”? Com o último lugar ou o fim da festa? Ou ainda com a conclusão do quase mas não era para ser?  Se construí tantos planos, não posso acreditar na possibilidade de não ser. Os invejosos me diriam que só me cabe aceitar pequenos sonhos e desejos medíocres como se eu não pudesse ter tanto! Infelizemente convivemos com estes pobres espíritos… para estes nada adianta, então se quer penso em me revelar para aquele que nada revela… e apenas se esconde nos escombros. Que prefere ser sagrado em vez de profano, declarando um mundo perfeito, sem erros ou enganos! Não… não me conformo… não desisto do que tenho como certo e previsível: um fragmento do tempo… um olhar que vem de dentro… a mistura dos sentimentos… tão veloz como um tormento que não tem tamanho… e' quando o exato momento do furacão pode se tornar o grande encontro! O dia ja' não sera' mais uma calmaria… uma sonífera rotina. A euforia da noite vira' contagiar as minhas manhãs e aí contrariar a maioria, porque estou bem e feliz assim: por ser mutante… e o meu - sempre - ser tão inconstante. Para aqueles sem personalidade anuncio a minha mudança de hábitos … a minha busca por novas montanhas… por conhecer o desconhecido ate' então. Mal consigo reconhecer esse sorriso atrevido… sem a velha timidez… porém disfarçado… como a  fúria e a coragem de uma fera ferida! Sinto que recebi uma dádiva! Um veneno de efeito invertido que me cicatrizou... uma sensação de que a própria vacina me contaminou… não sei ao certo se e' intuição ou a minha fe' escondida… como explicar… não faço idéia… apenas sei que sobrevivi ‘a armadilha fatal do destino que me seduz e me domina… e agora me protege. Tornei-me uma refugiada que se esconde do vazio e da tolice, e não menos evita a fuga … mesmo assim me provoca, me instiga a descobrir como seria atrás do muro ou que intenções se mascara. E’ preciso o espelho da alma para ver o que há de verdadeiro por trás dos desejos alheios. Neste reflexo, a ausência de ousadia e hesitação me faz permanecer indignada. Quero o brilho dos olhares se confrontando… os lábios trêmulos e o calor sutil da pele pulsando. Não espero um sonho, romance encantado com duelos de dragões… mas que ambos minuciosamente se aproximem… e tal gesto me faça ser desmedida para longe do imperceptível. Não permito me arriscar, admito, mas não e' por medo, apenas para não ser inteira, e assim o outro perceba o que ficou no ar. Sendo o meu flerte a ilusão de um bem querer, sendo esse o meu maior desafio - o de ser supreendida - , no relógio de cada instante… no  adeus que fica para desejar o encontro novamente... na existência da felicidade como algo maior que tudo isso… para que esses dias eu seja tudo aquilo que sou.

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LVM

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