SONETO DA PERDA Eu temo perder um dedo, perder o juizo, menos em perder um dente, mais em perder um amigo, temo perder a mim mesmo, perder o abrigo, temo em perder o tempo ainda não perdido.
Não temo errar, temo em ter esquecido, algum detalhe funesto ainda não visto, algum erro perverso, algo negro e escondido, que erro é esse que teima em não ser visto?
É o erro de se apegar no que deve ser perdido, de perder o que deve ser mantido, de amar o que deve ser esquecido.
Pois o maior erro que cometo é comigo, de perder o que preciso e guardar o empencilho, de ter o coração maior que o infinito.
Ricardo de Souza |
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