Diário de Liv

segunda-feira, maio 08, 2006

VIAGEM DE CONTEMPLAÇÃO

Como é bom poder viajar... ter a oportunidade de admirar a natureza... este universo tão cheio de beleza! Não estou entendendo muito esta minha fase de pura contemplação!!!! Eu não tinha isso como um costume... mas já sinto que agora essa mania já faz parte da minha rotina... e que todos esses instantes estão registrados de alguma forma na estrada da minha vida!!!!!!

Definitivamente isso é muito bom... o ruim é voltar para esta dura realidade!

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"Contemplação"

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"Como pássaro que voa altaneiro, sem saber para onde ir seu ninho de ilusões, se esvaíra outros prados
ficando só longínqua saudade; A natureza bela, mas sem alegria das almas torna-se espaço temeroso, frio, toda magia desta natureza em êxtase nos reporta à visão dos primeiros sonhos que formamos;

Lá longe, contemplo a água em planície: Ora verde, ora azul, ora brilhante, tal imenso caldeirão chamejante; No barulho fervente das ondas cansadas, das amarguras que carregadas alegrias que logo passam: encho-me de fantasia, suaves emoções purificam o egoísmo, revigora o corpo.

Poetizo agruras vida real, tensões ocultas; No ideal antigamente aspirado procuro as cinzas, do meramente alcançado, inacabado, lindos sonhos, hoje nada; Procuro alguma brasa fazer acender, chama interior, adormecida.

Vaguei como uma sombra pela praia afora, na solidão que nos faz mais puros, também narcisistas; Mesmo insignificante ser; Sou partícula deste imenso universo, tangível real, sempre vítima da incerteza. Sinto ímpeto irrefreável num extravasamento puro de espírito;

Gritar individualmente: Eu existo! Gritar outro grito mais forte: as dores do mundo, fazer ecoar infinito afora, coletivamente! Meus conflitos voltam a se petrificar na impotência imediata. Confundem-se no barulho das ondas deste mar, de repente, sinto suaves éolos, acariciam as faces, sinto fluidos benéficos de esperança;um forte anseio de Doação e Liberdade, um forte desejo de amar, invade-me!

Termino a contemplação, suspendo os sonhos esvoaçantes para ter lugar o choque com o real do dia a dia trivial."
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Maria do Socorro Cardoso Xavier


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