Diário de Liv

sexta-feira, junho 09, 2006

"Te cerco de campos e flores
Te crio no meu silêncio
Te espio em meus desejos mais secretos
Te vejo em cada porta entreaberta
Te recordo em cada gota de chuva
Te protejo com o manto de saudade
Te sinto no céu que me perco
Te desenho sem formas e detalhes
Te murmuro os poemas de Neruda
Te escondo dos meus medos do passado
Te espero com a alma entre as mãos.
Afinal quem és tú andarilho dos sonhos?"
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"Gosto quando te calas porque estás como ausente
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.
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Como as coisas estão repletas de minha alma,
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, és igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.
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Gosto quando te calas e estás como distante.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
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Deixa-me que te fale também com. teu silêncio
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.
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Gosto quando te calas porque estás como ausente.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um s6 sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso."
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Pablo Neruda in 20 Poemas de Amor e uma canção desesperada
Tradução :Domingos Carvalho da Silva
José Olímpio Editora- RJ -1974

1 Comentários:

Às 2:42 PM , Blogger H. Rocha disse...

pablo pablo...

 

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