"Viagem
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Aparelhei o barco da ilusão
e reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro o mar...
(Só nos é concedida esta vida que temos;
E é nela que é preciso procurar
O velho paraíso que perdemos).
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Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida, a revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar."
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Miguel Torga - 1962
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.CALMARIA ...
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"As danças vieram e as pressas trouxeram estes ciclones que me preenchem a existência. Enquanto apanho os estilhaços constantes, construo ao mesmo tempo, sobre as cinzas ainda quentes, castelos de sonhos e anseios. E quando os céus me concedem uns minutos a sós com a minha consciência, é inevitável não perguntar: ao andarmos ocupados vivemos mais? Por outro lado, quando a calmaria persiste, não nos sentimos inúteis, sem rumo? Devemos correr atrás da vida ou passar-lhe ao lado? Como estaremos a aproveitar mais o tempo que nos foi concedido? (...)"
1 Comentários:
Liv,
O Acaso me trouxe aqui. Deliciosamente.
Teus textos são belíssimos!
Agradeço por ter publicado meu poema "Mude". Pena que você atribuiu autoria a Clarice Lispector...
Mas eu te compreendo: muita gente se engana no caso Mude.
Abraços, flores, estrelas.
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