Diário de Liv

quinta-feira, maio 24, 2007

Soneto XVII
.
"Não te amo como se fosses a rosa de sal,
topázio ou flexas de cravos
que propagam o fogo
.
Te amo como se amam
certas coisas obscuras, secretamente,
entre a sombra e a alma.
.
Não te amo como a planta que não floresce
e leva dentro de si, oculta,
a luz daquelas flores...
.
E graças a teu amor
vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra
.
Te amo sem saber como...
nem quando...
nem onde...
.
Te amo assim diretamente...
sem problemas...
nem orgulho...
.
Assim te amo
porque não sei amar
de outra maneira
.
se não assim
deste modo!
.
Que não sou
nem és tão perto
que tua mão
sobre o meu peito é minha
.
tão perto que se fecham
teus olhos com meu sonho
."
.
Pablo Neruda

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