"Confiar em alguém é como pertencer. É ter-se dentro do outro com tamanha tranquilidade, que se esquece que sejam duas pessoas. É uma oração, onde se pede e se agradece ao mesmo tempo, no desespero confuso de poder-se tudo. É uma confissão de humanidade. De erros secretos, de prazer ininteligíveis. A confiança é indivisível. Não se mede, não se pede, não se desculpa: existe de “per si”. Confiar em alguém é doar um pouco de si ao outro. É creditar-lhe seus melhores valores, subtraindo-se seus possíveis defeitos. É a cegueira premeditada e querida que alicerça o mundo. A confiança desfila sentimentos elegantemente sem medo de se tropeçar. Confiar é escrever uma crônica do cotidiano com poesia. E porque confio não estou só. E estando acompanhada não me divido. A confiança nasce misteriosamente. Confiar em alguém é o infinitivo de sagrado, se existir. A confiança não se explica em palavras, prosa ou versos. Confiar é um ato de fé. É o encontro natural de seres de vontades respeitadas. A confiança é misericordiosa. Confiar em alguém é ver-se pelos olhos do outro. E, também, ver-se a si mesmo naquele. É entrega e muitas vezes substituição do existir. A confiança é o olhar mais terno e poderoso sobre o outro. Confiar rima com amar. E não é coincidência".
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