Tributo a Dorival

Versos escritos nÂ’água
Dorival Caymmi
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Os poucos versos que aí vão,
Em lugar de outros é que os ponho.
Tu que me lês, deixo ao teu sonho
Imaginar como serão.
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Neles porás tua tristeza
Ou bem teu júbilo, e, talvez,
Lhes acharás, tu que me lês,
Alguma sombra de beleza...
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Quem os ouviu não os amou.
Meus pobres versos comovidos!
Por isso fiquem esquecidos
Onde o mau vento os atirou.
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Só Louco
Dorival Caymmi
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Só louco amou como eu amei

Só louco quis o bem que eu quis

Ah, insensato coração

porque me fizeste sofrer

Porque de amor pra entender

É preciso amar, porque

Só louco, louco...

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De Onde Vens
Dorival Caymmi
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Ah, quanta dor vejo em teus olhos... Tanto pranto em teu sorriso... Tão vazias as tuas mãos. De onde vens assim cansada... De que dor, de qual distância... De que terras, de que mar... Só quem partiu pode voltar e eu voltei prá te contar dos caminhos onde andei. Fiz do riso amargo pranto. No olhar sempre teus olhos, no peito aberto uma canção. Se eu pudesse de repente te mostrar meu coração... Saberias num momento quanta dor há dentro dele... Dor de amor quando não passa é porque o amor valeu.