Diário de Liv

segunda-feira, setembro 01, 2008

PAISAGEM
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Não me veja assim no tamanha da sabedoria
Não percebes como sou confusa e indecisa !?
Não sei nem qual é o vento da minha direção,
Em que correnteza estou presa...ou não
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Não me veja assim tão calma e serena
Há momentos que refletem até mesmo a lágrima mais pequena
Quando não se sabe partir do ponto de partida como a neblina
A quietude do nevoeiro pode ser o exato desespero e não a saída...
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Não me veja assim como uma alma corajosa
Se minhas fraquezas são maiores do que o céu de estrelas
E minhas batalhas fugidias colecionam vitórias dolorosas
Pela imensidão do medo maior entre os raios e nuvens negras.
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Não me veja assim tão segura e protegida
Por muitas vezes busquei abrigo durante a tempestade
É quando vem à tona o que há de mais profundo por ser essa fatalidade:
O que chamamos essencialmente de traição da nossa própria verdade...
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Não me veja assim como alguém sensivelmente racional
Pois a loucura me emociona e a razão no vendaval se torna tão banal...
Então sigo o meu instinto em não me afastar de vez... e nem ficar tão perto...
A intensidade dos meus extremos é repleta de violento mistério!!!
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Não me veja assim tão amável e inofensiva
Cuidado com o turbilhão venenoso que vem de dentro da minha alma!
Verás que meus espinhos de mágoas, minhas cicatrizes passadas,
Possuem a mesma sutil armadilha que o encanto das minhas palavras
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Não me veja assim tão feliz por ser eu mesma
Não tenho orgulho do que construí sozinha por tal tristeza
E nem das horas que me censurei quando deveria eu me rebelar
Quando o que há de mais essencial, procura nenhuma pode revelar
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Não me veja assim com tanto espanto e surpresa...
Não posso carregar todas as virtudes e ostentar tanta pureza...
Afinal, por trás da sinceridade, há sempre um enorme horizonte
O seu olhar me mostra que hoje já não sou a mesma paisagem de ontem...
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LVM

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