Diário de Liv

sábado, novembro 19, 2005

Ética imperfeita ???????

“Haja tristeza ou alegria, o dia vem, e vai-se o dia.

O motivo de assim ser é simplesmente nenhum haver.

Não há dúvida ou problema sem jeito se no mundo tudo for perfeito.

E o mundo, se de si for repleto, o mundo em si for completo.

Mas não, existe um porém.

Se te olho nos olhos, sei que sabes também.

Eu quero, e tu queres, quem se ilude?

Onde estamos nós em nossa plenitude?"


"Usualmente, quando sou agredida, assumo uma postura diferente da do agressor: reflito sobre o porquê da agressão. Por isso, escrevo esse post, imersa nessas marés de sentimentos caóticos que me invadem e as analiso sob a ótica da psicologia, da filosofia, da física quântica e de tantos outros argumentos teóricos e práticos hipoteticamente passíveis de decifrar os segredos dessa esfinge que mora em mim.

Aprendi que a ética é absoluta, é o que deve ser; que a moral é relativa, é o que simplesmente é. Em meu atual dilema, ambas confluem numa torrente só. Como devo ser aquilo que não sou? Como não devo sentir aquilo que sinto? Como teorizar e praticar? A vida não é uma práxis? Não é uma simbiose entre discurso e aplicação? O fundamento racional de Kant e o emocional de Maturana se misturam aqui dentro.

Gostar de alguém que já tem “dona” é muito complexo, como diz um dos meus filósofos franceses preferidos. E quando leio aqueles pronomes de possessividade, a sensação é de estranheza. Talvez porque eu não me afino com esse lance de TER alguém ou de SER de alguém. Eu quero mais é SER COM alguém. Cada um é livre e a incerteza é o que há de mais certo no universo afora. Reaprendo isso a cada segundo.

Tenho mesmo algum poder? Vejo-me obrigada a desmistificar essa crença e eximir-me de uma culpa que não me pertence. Concordo com Foucault: o poder não está em mim e sim na relação estabelecida entre eu e o outro. É o modo de se relacionar que afasta ou aproxima as pessoas. Sentir e expressar o que se sente é direito pessoal, intransferível e não é sinônimo de concretizar. Isso está além de um: depende de dois.

Que venham Freud, Jung, Lacan. Que venha Nietzsche dizer que o homem é o criador de seus valores e que toda arte é um meio para o crescimento. Faço arte com meu gostar mas sem esquecer que os fins não justificam os meios. Não sou ameaça: ela existe no íntimo de quem a vê. Portanto, que me perdoem os ciumentos, mas ciúme, pra mim, é o tempero perfeito para o fim. O real tempero do amor chama-se respeito."

Escrito por Alma Nua

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