Diário de Liv

domingo, novembro 19, 2006

Saudade presa a mim...

"Saudades! Sim... talvez... e porque não?
...Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
.
Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!

Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!
.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,

Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
.
E quem dera que fosse sempre assim:

Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!"
.
Florbela Espanca

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