Está na hora... está mais do que na hora... preciso falar de mim e de me ver... não que eu tenha dificuldade em dizer... mas de modo implícito resisto e não insisto... evito encarar-me a sangue frio, olho no meu olho... a desafiar os meus temores, o meu orgulho...
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De forma patética tento agora... reviver todas as críticas e devolver minhas fraquezas... como dívidas que devem ser pagas.... reconhecer minha postura tão cretina.... diante da justiça que eu deveria praticar e não pratico... a mediocridade das minhas palavras... que não transmitem a grandiosidade que é poder estar vivo...
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Os tantos crimes que cometi e os que deixei de cometer não me será dada a chance do perdão... assim como os fatos que que por mim foram deturpados... não me será dada a chance de voltar no tempo e nem deixar o passado em vão.... assim sinto este instante de espanto comigo mesma...
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Penitências e castigos seriam bem melhores do que viver assim como estou nesta prisão... a vida em mim parou no espaço e na linha do tempo.... não provoco saudade e nem compaixão, não recebo ternura e nem desilusão... continuo a andar com os pés no chão... e não me permito perder a cabeça em vez do coração.
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Quero perder a razão para que eu seja uma pessoa inteira... para que esse meu lado escuro permita expor o brilho, tornando obras de arte tudo que em mim é humano... e assim voarei mesmo no maior dos abismos... estarei plena mesmo diante da maior das solidões... e quando me deparar com os desafios... estarei prestes a realizar sonhos!
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LVM
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