Diário de Liv

domingo, novembro 22, 2009

"Afastas-te e vais, sentimentos não chegam, gestos não saciam. Era fácil perceber que não se corta assim o nó górdio que há entre nós, nem com essa espada tão mal desembainhada para o efeito. Afasto-me e fui, que em me antevendo só age mais só ou ao contrário, tanto faz. Era fácil perceber que só preciso que afastem, vigorosamente, os fantasmas e que reassugurem o assegurado, pois que nunca óbvio nem certo. Afastam-se e o tempo esvai-se. Podíamos era não perder tempo com mal entendidos e amar contra todos os mapas astrais e presságios que anunciam tragédias. Mas há sempre mais gente, e paredes e coisas, que acenam lenços e cavam barreiras. E logo para lá nos dirigimos, estonteados da certeza de não nos entendermos, certos de que o fogo que abre os poros será de pouca dura. E lá vamos, a mais um jogo de escondidas, com a velha regra de que "ninguém salva ninguém" e nem nos sabemos salvar a nós. Ocupados na aritmética lógica do quotididano, aprisionados na funcionalidade da agenda e dos dias. Em tempos desenxaibidos e sem fogo, com a segurança que uma vez sós não precisamos de resgate e podemos negar a alquimia."  

http://espelhoselabirintos.blogspot.com/

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