Diário de Liv

domingo, janeiro 27, 2008

O mundo inteiro é uma ilha
O tempo todo é todo o dia
Cada vida é uma vida
.
Nossas emoções e decisões
São balões, são piões
Rodopiam entre cordões
E viram falsas asas de aviões
.
O mundo é o tempo que se repete
É o instante da bola de neve
Tanto esfria quanto derrete
.
Faz consumir o que perdura
Marca hora, cor e temperatura
E depois todo mundo se culpa
Por que não dura
.
O mundo é o mundo da gente
É o universo e o inconsciente
É o que me faz ser eu de repente
.
LVM

"O que sou
.
Sou apenas uma versão dos fatos

um ponto de vista
uma idéia que surgiu, de repente
sou só uma possibilidade
o lado de cá da rua
um reflexo na vitrine
sou um livro na estante
que não encontra tempo pra ser lido
sou janela aberta, na manhã
folha carregada pelo vento
pingos de chuva molhando a terra
e trazendo o cheiro de infância, no ar
não quero ser mais do que isso
invenção de mim, intuição, crença
sentimento e instinto
enfrentamento e pé no chão"
.
roccana.blogspot.com

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Mano Chao e BNegão




Desaparecido
Manu Chao
.
Me llaman el desaparecido
Que cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido
Cuando me buscan nunca estoy
Cuando me encuentran yo no soy
El que está enfrente porque ya
Me fui corriendo más allá
Me dicen el desaparecido
Fantasma que nunca está
Me dicen el desagradecido
Pero esa no es la verdad
Yo llevo en el cuerpo un dolor
Que no me deja respirar
Llevo en el cuerpo una condena
Que siempre me echa a caminar
Me dicen el desaparecido
Que cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido
Me dicen el desaparecido
Fantasma que nunca está
Me dicen el desagradecido
Pero esa no es la verdad
Yo llevo en el cuerpo un motor
Que nunca deja de rolar
Yo llevo en el alma un camino
Destinado a nunca llegar
Me llaman el desaparecido
Cuando llega ya se ha ido
Volando vengo, volando voy
Deprisa deprisa a rumbo perdido

quarta-feira, janeiro 16, 2008

CONSELHOS:

"Um ano para ter 28 e quero: Acordar de manhã e sentir que sou eu que abro os olhos. Aproveitar o dia e não sobreviver a ele. Esquecer que um dia fui criança mas nunca deixar de a ser. Ler mais livros... Procurar mais... Saber aceitar a verdade das coisas. Procurar novas verdades, encontrar meios-termos. Deixar-me amar e amar mais. Perder medos e andar em frente sem pensar em resultados.
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Aceitar a felicidade por inteiro, sem nunca a pôr em causa. Desiludir-me só se for preciso. Ir a mais museus, exposições, espectáculos, ver mais. Ter mais iniciativa, segurança, força e confiança em mim mesma. Perder-me se for preciso e se souber o caminho de volta. Falar sem pensar, pensar antes de falar. Encontrar mais poesia e escrever mais poesia. Ver casas, ter projectos e ambições. Descobrir jardins novos. Aprender novas palavras...
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Render-me à impossibilidade das coisas. Não me confortar com a impossibilidade das coisas. Andar mais a pé e menos de carro. Beber menos café e fumar menos cigarros. Dançar mais. Adormecer mais. Ir atrás do sol. Planear mais. Ir, sem planos. Fazer mais viagens. Não ir à neve e cair outra vez. Imaginar-me menos no futuro. Oferecer-me mais ao presente. Continuar a amar a vida... continuar a amar as pessoas. Crescer. Ser feliz. Ser ainda mais feliz. E aprender com William Shakespeare.
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Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar.
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Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
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Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
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Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. 'E aprendes que realmente podes suportar mais...que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida'".
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Ana Maria

Alguma coisa estranha...

"Alguma coisa em mim
.
alguma coisa em mim

ainda vai longe
alguma coisa em mim
não vai dar pé
alguma coisa em mim
parece que foi ontem
alguma coisa em mim
quer acontecer
alguma coisa em mim
não é mais minha
alguma coisa em mim
saiu da linha
alguma coisa em mim
não disse a que veio
alguma coisa em mim
acerta em cheio
alguma coisa em mim
não tá na cara
alguma coisa em mim
não tá com nada
alguma coisa em mim
não dá desconto
alguma coisa em mim
eu nem te conto
alguma coisa em mim
não tem mais fim"
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Alice Ruiz

segunda-feira, janeiro 14, 2008

"O que sou agora e não hoje
.
Aqui não sei escrever. Aqui não sou criativa, nem voa a minha imaginação nem se quer chego a ter algum mérito, dom ou aquilo a que chamam jeito. Aqui sou só alguém, não estou a aprender, ainda não posso ensinar. Nunca o deverei fazer.
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Aqui sou posta em causa, sou uma dúvida, sou constantemente desafiada sem existir qualquer desafio subjacente, sem existir qualquer ideia de conhecimento, de proximidade, de respeito até. Aqui fico, sem ter qualquer certeza do meu propósito, sem ter qualquer rumo, sem existir sequer qualquer vontade.
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Aqui, sou simplesmente um projecto de mim, um reflexo e uma coisa que se propõe todos os dias a ser nada. Aqui deixo-me ficar, diariamente, agarrada a uma esperança absurda de mudança. Aqui espero que mude, até para pior para ter finalmente uma missão, a razão para me ir embora.
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Aqui deixei de ser inteligente, deixei de ser filha dos meus pais, irmã dos meus irmãos, receptora de ensinamentos e de talentos. Aqui deixei de ser poeta, de amar as palavras e de as saber ditar.
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Aqui, não sou mais a menina nem chego a ser mulher. Aqui abandonei o meu espírito, larguei a minha alma, e apresento-me todos os dias, pelo meu corpo que ora está ora vai. Aqui duvidei pela primeira vez de mim e do que sou, duvidei do passado, do percurso, do crescimento, da sabedoria. Aqui fico, mas aqui não estou.
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(...) e depois a decisão. Nunca poderei recuperar a alma. Nunca poderei crescer até ser grande e imensa e a mulher que um dia quis ser e ainda quero ser e vou ser e sei ser. Não há indecisão entre a escolha de ter alma e o vazio. Não há dúvida. Hoje escolho-me e é altura de ir embora. Hoje decido por mim e num bate pé e murro na mesa furioso ganho a força que aqui deixei e levanto-me, num só gesto até à saída, até ao começo."
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Ana Maria

domingo, janeiro 13, 2008

"IGUAL
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Podes chamar-me mil vezes
Que mil vezes me esconderei
Cobrirei os tímpanos à tua voz
Até ela ser muda de sentido…
Cerrarei lábios à tua palavra
Fecharei punhos ao teu gesto
Cairão minhas pálpebras à tua luz
Levantarão meus pés
na presença do teu rasto
Deverá toda a gente saber
Por mais difícil de entender
Que sou um homem gasto
Que cem de mim são zero
Que como sou não me gosto
Que como me tornei não me quero
Que sou palavras de outros
Consumidas no fogo próprio…
Que sou acções minhas
De alguém impróprio
Sou coisas que vejo
Com olhos de outros
Ou coisas de outros
Que com os meus vejo…
Sou tinta que escreve
Em papel que não dura
Sou um pensamento breve
Que a memória não segura
Sou toque dormente
Numa bebedeira de aguardente,
Sou toque fantasma
Que quase ninguém sente
Sou vento invisível
Sou a água imprescindível
Sou tudo como os outros,
E ainda gelo insensível"
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http://ovacuodamente.blogspot.com/

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!"
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Florbela Espanca

quinta-feira, janeiro 10, 2008

PRISMA
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Pisco os meus olhos:
Todas as cores mudaram
Todas as dores passaram
E tudo parece novo
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De novo...
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Sinto em meus olhos
Um leve cansaço
Um breve acaso
E reconstruo o mundo
.
De novo?
.
E penso perspectivas
Em novos ares
Noutros patamares
Numa provável vontade de mudar
.
Resolvo...
.
Os meses voltarão à ativa
Terão novo fôlego
Deixarão o sossego
E voarão com o vento...
.
Renovo!
.
O brilho em meus olhos
É o prisma perfeito
Do espectro do meu jeito
Neste novo tempo que vem...
.
Ano novo.
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Duka

quarta-feira, janeiro 09, 2008

"Só me entendo no caos
.
Só me acho se me perco, só respiro se me afogo, só destruo o que não fiz, só desisto se insisto, só me busco se te encontro, só navego em meu soluço, só naufrago em águas calmas, só tropeço se caminho, só me acalmo se não penso, só me vejo se insisto, só me entrego se desejo, só desejo o que me arde, só transpiro se me lanço, só me arrisco se suspeito, só me inspiro se enlouqueço, só reflito o que há no espelho."
.
roccana.blogspot.com

terça-feira, janeiro 08, 2008

"UMA MÁGICA DE AGORA
.
Agora que entendi que antes doido que doído,
monto uma prática para insignificar-me.
Agora, que me influíram esses astros de que tudo é fluido,
vago vagaroso divagando meus encontros.
Hoje que sei que só sou hoje e ontens,
não quero me secar do banho de orvalho de retinas.
Energias de gente-mundo me cambalhotaram pássaro.
E agora, agora mesmo, agorinha,
sigo mais a rolar vôos de alegria."
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Leandro Jardim

segunda-feira, janeiro 07, 2008

"Datas
.
sei das datas
dos dotes
dos dedos
sei dos dramas
das tramas
das tragédias
vejo no tempo
a marca
o traço
a agonia
sinto na pele
a tua falta
sinto na alma
a tua volta
busco
outras vidas
outros ares
outros caminhos
mas, agora
nada disso
importa
nem prazos
nem ritos
nem
datas
apenas
o aqui
e o agora
simples assim
sem começo
meio
ou fim"
.
roccana.blogspot.com

Dia marcado!


"Sete
.
...um dia, .fui. chamado. pros .sete...
quase..como .quem .se. intromete...
e .a .poesia... .que a cada sete dias
se repete... .se repete... .se repete
....................................sete dias
.................................a semana
...............................sete .são
...........................os nossos
........................pecados
......................ninguém
...................se engana
.................sete anões
.............sete também
.........são as estações
........sete maravilhas
......do mundo antigo
.....e a sete palmos se
...enterra .o .inimigo
. sete almas sete amigos
querem ser pra sempre
sete vezes sete comigo"
.
http://blogdesete.blogspot.com/2006_10_01_archive.html

domingo, janeiro 06, 2008

"Happy Birthday
.
hoje eu acordei

sem pedir resposta,
com o tal do tempo soprando,
minha alma em par-com-esse-ar,
meu corpo interagindo
com o mundo afora...
.
agora,
esse lar que encontrei,
esse caminho tão certo
que eu resgatei,
é colorido de amor.
é onde releio os meus sonhos,
onde percebo os meus desejos,
e brinco de ficar em paz..."
(…)

.
http://enfimtudodenovo.blogspot.com/

sábado, janeiro 05, 2008

..."Nada tenho a ver com não gostar de mim.
.
Me aceito impura, me gosto com pecados,
.
e há muito me perdoei."
.
Martha Medeiros

"O que esperar da noite
Quando a tarde arde
Os 20 e alguns anos foram
Eu com 20 e poucos estou
Em 20 e outros já vou
Pra quê?
Contar o que vi?
Não!
Meus olhos de espasmos
Invertem a vista
Caminho frente espelho
Perdida na avenida
Os sonhos derradeiros
Saltam o abismo
Quando fogem do ínfimo
Perde qualquer destino
Nada que senti resta/interessa
Nesta vida que pensei
Se silêncio tornou pó
Não foi pra isso que calei"

quarta-feira, janeiro 02, 2008

"Não limpe os pés antes de entrar
.
Entre com a lama, a grama, a poeira
e a areia do mar.
.
Entre com o barulho das ruas, do samba
e dos versos do poeta de mesa de bar.
.
Entre com o cheiro do asfalto, do ônibus lotado
e do pastel de carne com suco de maracujá.
.
A porta está aberta,
pode entrar:
.
Eu quero minha alma suja
e feliz."

terça-feira, janeiro 01, 2008

Passagem de ano:

Onde Ir
Vanessa Da Mata
.
Eu não sei o que vi aqui

Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou
.
Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo
.
Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem
.
Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas, seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
.
O mundo todo reside
Dentro, em mim
Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.