Diário de Liv

sábado, abril 26, 2008

ESTRANHEZA

"Eis o que sucede conosco na música: primeiro temos que aprender a ouvir uma figura, uma melodia, a detectá-la, distingui-la, isolando-a e demarcando-a como uma vida em si; então é necessário empenho e boa vontade para suportá-la, não obstante sua estranheza, usar de paciência com seu olhar e sua expressão, de brandura com o que é nela singular: – enfim chega o momento em que estamos habituados a ela, em que a esperamos, em que sentimos que ela nos faria falta, se faltasse; e ela continua a exercer sua coação e sua magia, incessantemente, até que nos tornamos seus humildes e extasiados amantes, que nada mais querem do mundo senão ela e novamente ela. – Mas eis que isso não nos sucede apenas na música: foi exatamente assim que aprendemos a amar todas as coisas que agora amamos. Afinal sempre somos recompensados pela nossa boa vontade, nossa paciência, eqüidade, ternura para com o que é estranho, na medida em que a estranheza tira levemente o véu e se apresenta como uma nova e indizível beleza: – é a sua gratidão por nossa hospitalidade. Também quem ama a si mesmo aprendeu-o por esse caminho: não há outro caminho. Também o amor há que ser aprendido. "
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Nietzsche

Samba com Yamandu:

Tristeza
Heitor dos Prazeres
Haroldo Lobo / Nitinho
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Tristeza, por favor vá embora
Minha alma que chora está vendo o meu fim
Tristeza, por favor vá embora
Minha alma que chora está vendo o meu fim
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Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar àquela vida de alegria
Quero de novo cantar


quinta-feira, abril 24, 2008

"OS TEUS OLHOS
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Cada vez mais admiro os mistérios raros e profundos, loucos, brilhantes e distantes. Olhos misteriosos, sonhadores e intrigantes. Vazios...Vazios! Não! Ao contrário. Profundos, misteriosos, zeladores de mistérios? Cada vez mais, adoraria descobrir ... Raramente, desvendáveis. Várias vezes, misteriosos. Ah! Mas para mim, são belos! Loucos, lindos, profundos. Hoje, gostaria de estar olhando os teus olhos profundamente!"
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Leinecy Pereira Dorneles
fotolog.terra.com.br/aquarelista

sexta-feira, abril 18, 2008

DESCOBERTAS POÉTICAS

Yeat's Grave
The Cranberries
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Silenced by death in the grave.
W. B. Yeats couldn’t save
Why did you stand here.
Were you sickened in time, but I know bynow.
Why did you sit here? In the grave W. B. Yeats
Second Why should I blame her,
that she filled my days with misery or that she would of late
Have taught to ignorant men violent ways or
hurled the little streets upon the great
Had they but courage". Equate to desire
Sad there Mond Gonne couldn’t stay,
but she had Mac Bride everyday and you sit here with me
On the isle Inistree and your waiting down everything,
but I know by know. Why did you sit hereIn the grave....
Why should I blame her.
Had they but courage equate to desire

"Esta mão que me escreve
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Esta mão que me escreve há tanto e tenta dizer o que a outra cala, não consente segurando o sonho a caravela, o delírio, o incrível hulk que pode rebentar as costuras, os costumes, que pode incendiar a casa, o próprio corpo e avançar pelo espelho adentro contra si mesmo. Esta mão que segura por debaixo da mesa, atrás do pano da ópera Mr. Hyde ou o poema escondido que resfolega querendo entrar em cena, soltar a voz os cachorros, as cachoeiras, o galope do apocalipse, o fogo, a fonte, o terremoto. Esta mão sinistra e secreta que segura a hemorragia no punho cerrado, as rédeas dos cavalos, a carruagem enquanto essa que me escreve se contenta apenas em vestir a luva da outra, no espelho e fingir que troca de lado e de veias para tocar, na outra margem o derradeiro tambor do coração."
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Armando Freitas Filho

Incrível Hulk...

"FORÇA VERDE"
(tradução)
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"Ainda há pouco era apenas uma estrela
Parecia uma imensa tocha antes do mergulho
Agora vem à tona, sua ira é intensa
e você deseja saber se há algo
que possa acalmá-lo outra vez
Os pássaros, a lua cheia e todo o céu leitoso,
e todas as formas da natureza foram destruídas
pela imagem do homem e seu choro
A moça dos lábios vermelhos mostrava
toda a grandeza do mundo em lágrimas
Condenado como Ulisses e como Príamos,
morto com seus companheiros
Apareceu no momento em que a Lua se ia elevando
E todo o pranto forma a imagem do homem e seu lamento."
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William Butler Yeats

DIZ-ME

"Sossega-me. Diz que não voltas, que posso seguir o meu caminho. Diz-me aquilo que eu já sei. Diz na mesma. Diz-me que valeu a pena, que não te esqueces, mas só isso. Diz-me que é impossível, descabido, surreal. Que é só na minha cabeça que a esperança se acumula. Os dias estavam mais que contados, não estavam? Não havia qualquer salvação. Diz-me que não. Eu sei, mas diz.
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Diz-me qualquer coisa. Sossega-me. Diz-me coisas boas. Diz-me aquilo que eu já sei. Diz. Diz na mesma. Diz que vale(u) a pena. Diz-me que não é em vão. Que já tenho um lugar só meu. Sossega-me. Diz-me só que é possível, que não é descabido, que não é só na minha cabeça que a esperança se acumula. Eu sei, mas diz na mesma. Diz que não me esqueces, que é desta que ficas para sempre.
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Sossega-me. Diz-me qualquer coisa, e não me censures por me sentir assim. Gosto mais, demais, ainda. Eu sei. Não precisas de dizer. Tens que ir, não te impeço, mas diz qualquer coisa, diz que um dia vais dizer qualquer coisa. Mente. Sossega-me."

segunda-feira, abril 07, 2008

"SAUDADE, SAUDADE …
Célia Pedroso
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Sua imagem
Seu sorriso
Suas mãos
Embora ausentes
Hoje,
Aqui,
Agora,
Estão tão presentes
Tão dentro de mim
A palpitar
Que sinto quando suspiro
Você também suspirar! "

domingo, abril 06, 2008

OLHOS VAZIOS...

"Acordei irritada, virada do avesso! Nem sei bem porquê... acho que já tenho demasiado para conter, demasiado por dizer (ou talvez não)!
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Irritam-me as posturas dissimuladas, de quem me pergunta se está tudo bem, quando sabe que já me comeu a carne e ainda me roeu os ossos!
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Irritam-me as falsas vítimas, que insistem em achar que são o centro do universo, e que vivem com a mania da perseguição (como se tudo o que dizemos lhes fosse dirigido). Pobres... nem desconfiam que são vítimas de um egocentrismo que só pode ter resposta na ignorância a que os remeto!
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Irrita-me que olhem para mim, como se eu tivesse um letreiro na testa a passar em rodapé a palavra “estúpida” e que ainda por cima tenham a cara de pau de me perguntar “fiz-te alguma coisa?”.
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Irrita-me que me digam Adeus , só para testar a minha capacidade de partir (soubessem o quanto detesto a palavra, jamais ma diriam de forma unilateral!)! É das poucas coisas que me faz partir em definitivo.... (...)"
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quinta-feira, abril 03, 2008

"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim:
esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Guimarães Rosa

quarta-feira, abril 02, 2008

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Eu te amaldiçoou destino. Tu mesmo, que insiste em fazer-me de tolo. Porque, não me deixas em paz. Cada dia me tenta, quando o desanimo abate-me e minhas forças cessão e tudo está perdido, o único sentimento que vem até mim a conformação. Que belo sentimento é a conformação.
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E, é apenas nesse momento, que encontro algo que posso chamar de paz. Fora isso, de tudo eu tirei apenas sofrimentos, ou daquilo que começou e não deu certo, ou do que não começou. E o não começo insiste hoje em permear minha vida.
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Então, destino, porque não me deixas viver do meu modo?. Quando se encontra entediado, porque desconta todo seu tédio sobre meu ser?. Imagino a cena, em todo seu descaso por mim e pelo meu ser diz “ lá vai ele, hoje parece tranqüilo. O que farei para acabar com a tranqüilidade dele?” E nesse momento, faz com alguma coisa em felicidade, para depois tira-la, ou me tire a felicidade momentânea.
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Estou cansando, sua conduta me cansa, destino, sempre a mesma coisas, sempre duas casas do zodíaco envolvidas. Sempre a mesma indecisão, sempre as mesmas escolhas, não há nada de novo. E o final, provavelmente, será o mesmo. E como diz Pessoa: “ Não haverá senão estrume das conquista futuras”.
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Contudo, maldito destino, bem sabes que a graciosidade da Lua, ou brilho do olhar da Aurora restauram meu animo, não deveriam, eu sei que são apenas sonhos. Mas, não é necessário mais do que uma palavra doce, para abandonar toda minha racionalidade.Quando poderei eu ter paz?"
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assimseriasenaofosse.blogspot.com

"Dualidade
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Quantas vezes nós mantemos relações,
Ante as quais não se vê nenhum futuro.
Ante as quais sempre surge novo muro
Nos cercando de muitas contradições.
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Quantas vezes esquecemos as razões,
Nos tornando imprudentes, inseguros.
Mesmo a vida nos cobrando altos juros
Vamos contra a sensatez de opiniões.
Quantas vezes nós ficamos submissos,
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De uma coisa que não sabemos ao certo
Se é bobagem, se é loucura ou feitiço.
Mesmo assim, o coração calado, mudo,
Consciente que de erro esta coberto
Continua insistindo sempre em tudo."
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Jenario de Fátima.