Diário de Liv

quarta-feira, novembro 26, 2008

"Não tenho um caminho novo. 

O que eu tenho é um jeito novo de caminhar"  

Thiago de Mello

.

"Fenomenologia da humildade

 

Se queres te sentir gigante, fica perto de um anão.

Se queres te sentir anão, fica perto de um gigante.

Se queres te sentir alguém, fica perto de ninguém.

Se queres te sentir ninguém, fica perto de ti mesmo."

.

.

.


"Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..."
.
Fragmento de "O Pequeno Príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry
.
.
.
.
"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares no funeral da mãe, Sophia de Mello Breyner Andresen

.

.


7° Festival Varilux de cinema francês

.
QUE FOTO 'E ESSA???? 
.

Dois em Um
La Personne aux deux personnes (França, 2008).

De Bruno Lavaine, Nicolas Charlet. Com Daniel Auteuil. PB. Duração 90’.

"Nesta comédia um ex-cantor de sucesso se envolve em um acidente de carro com um funcionário público solitário e anti-social. Após o ocorrido, a vida do primeiro se torna um inferno, pois a sua mente passa a ter interferências do outro, fazendo com que o seu comportamento tenha estranhas manifestações." 


.COMEEEEEEDIA!!!!!!!!!!

login.jpg

domingo, novembro 23, 2008

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

"Ensaio sobre a Cegueira: uma defesa!"

"Duramente criticado em Cannes e amplamente diminuído entre outros críticos de cinema, Ensaio sobre a Cegueira de Fernando Meirelles, filme que se tornou possível com o consentimento autoral de Jose Saramago, Prémio Nobel da Literatura 1998, é, ao contrário do que dizem, um filme essencial.Mostra friamente, mas não menos inteligente, a distância do ser humano com o “ser” humano. Nos faz chocar ao perceber a fragilidade da estrutura social, moral e espiritual, por que não?

.

O ser humano como parte substancial de uma consciência maior, pois pensante que é, vive em um estado de latente anestesia e lisergia de sua própria lucidez. A cegueira discutida a meu ver, é mais mental que visual, embora seja provocada por uma deficiência física. A visão, um dos cinco sentidos físicos e o mais precioso para a maioria da população, é ao mesmo tempo, seu algoz, que singelamente “apaga” conscientemente as pessoas de sua humanidade. O “clarão” (doença branca como é definida) que a cegueira provoca às vítimas é por falta de palavra melhor, uma grande provocação aos que assistiram ao filme no escuro do cinema.

.

Alias, o filme todo é uma provocação ao nosso íntimo, à nossa essência verdadeira. Dizem que não devemos cutucar onça com vara curta, e realmente Meirelles o faz com maestria. Cineasta especialista em mostrar todas as mazelas humanas provocadas pelos próprios humanos, como em O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus, Meirelles a meu ver é como Gandhi, que libertou seu povo com Ahinsa, a não violência. Tal Ahinsa o coloca numa posição de instigador, sem mover um músculo, somente usando da escrita de luz para produzir imagens combinada à sua inteligência, trabalhando em prol do “esclarecimento” verdadeiro. Mas ele não liberta um à um. Só dá as ferramentas visuais para que o despertar se faça mais rápido.

.

O filme é como um grande espelho, onde nos mostra nossas francas atitudes perante a necessidade da sobrevivência. Moral? Dignidade? Só existem se pudermos vê-las com olhos cegos. Mentes claras não percebem nem moral nem dignidade escusa e falsa. Tudo padece ao instinto de sobrevivência e tudo perece em frente à fome, ao sexo leviano, à hipocrisia, às virtudes e à violência física. Confesso que tremi. A angustia era imensa e o desconforto me pareceu vivo. Nos momentos dos gritos das mulheres violentadas às cegas, me coloquei na situação e pude ver com olhos não físicos o horror. O reino do Caos está entre nós, só basta queremos realmente enxerga-lo. É como diz uma publicidade, comparativamente: onde você guarda o seu preconceito?

.

A história mostra nitidamente isto. Todos os preconceitos perdem valor e razão de ser pela falta de luz aos olhos. Racistas de mãos dadas a negros e amarelos. É bárbara essa provocação. Mostra o quanto os seres humanos podem ser e muitas vezes são incongruentes com sua dita lucidez. Um grande espelho, onde nós podemos nos enxergar nos nossos próprios olhos e ver o reflexo da nossa  real verdade, inteligível a todos os outros.

.

É precisamente esse instinto primordial do homem que revela aos cegos que nesse mundo em que agora vivem as máscaras sociais se fazem desnecessárias; o homem é o que é. Assim, ante a necessidade de estabelecer uma ordem na distribuição da comida, por exemplo, a fim de evitar trapaças, e mediante a afirmação de um dos cegos de que estão a lidar com gente honesta, alguém retruca: “Ó cavalheiro. O que somos de verdade aqui é pessoas com fome”.

.

É um filme catártico aos que souberem ver, mas muitos no cinema saíram cegos e não perceberam a mensagem tão explicita de Saramago através de Meirelles. Um drama. Podem até tecer comentários negativos sobre o filme de Meirelles, mas jamais acusá-lo de trair o original. Meirelles é extremamente fiel ao livro homônimo do português José Saramago e isso conta pontos a favor da adaptação.Aplausos à Fernando Meirelles e um sentimento de extrema gratidão à José Saramago pela obra. Meu muito obrigado por me fazerem ver com olhos, mente e coração."

.

http://www.fashionbubbles.com/2008/ensaio-sobre-a-cegueira-uma-defesa/

.

.

&.&.&

.

A MAIOR LICAO FOI PERCEBER QUE O UNICO QUE PODER VER 

TAMBEM PODE RECEBER O MAIOR CASTIGO DE TODOS!!!!! 

PODER OLHAR PODE SER UMA DADIVA OU UM CASTIGO? 

IRONIA CRUEL DAQUELE QUE COM MAIS CONDIÇÕES DE AJUDAR 

DEVERIA SER O HEROI DO MAIOR DOS SOFRIMENTOS... 

POR TER O PODER DE VER A MISÉRIA HUMANA CRUA E NUA... 

SUAS CORES E SUAS DORES... VERDADES E MENTIRAS 

VER ENFIM O REFLEXO DO QUE HOMEM TENTA ESCONDER!!!!! 

VER EM PLENA LUZ O LADO MAIS OBSCURO E NEGRO DA HUMANIDADE!!!! 

.

LVM

.

.

.

Quisera que meus olhos fossem duros e frios
e que ferissem fudo dentro do coração
e que nada expressassem dos meus sonhos vazios,
fosse esperança ou ilusão.
Indecifráveis sempre a todos os profanos
do fundo e suave azul da tranqüilidade safira,
incapazes de ver os pesares humanos
ou a alegria do viver.
No entanto estes meus olhos são cândidos e tristes,
não como eu os desejo nem como devem ser.
É que estes olhos meus é o coração que os veste
e seu desgosto fá-los ver.

(Pabro Neruda - do livro:O Rio Invisível - tradução: Rolando
Roque da Silva)




segunda-feira, novembro 10, 2008

MeStRaDo!!!!!!!!!!!

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo 
para todo propósito debaixo do céu…
(Eclesiastes 3:1)

ENIGMATICO

"Sua respiração estava ali, bem aos meus ouvidos. Podia senti-la no corpo inteiro, ele me fazia imaginar passando por cada pedaço de meu corpo ainda não tocado. Eu não precisava fazer nada, ele sabia exatamente onde deveria estar e o que deveria fazer. Era tudo muito interessante, isso nunca me acontecera antes. Eu precisava de uma pessoa assim, com a mente diferente com esse olhar meio turvo sobre o mundo com um mundo cristalino dentro de si, em suas mãos. Talvez nem ele saiba o quanto interessante e enigmático ele se torna, quando brinca com minha mente. Ele sabe exatamente o que fazer para que eu tenha vontade de conhecer tudo, mais e mais. É como se ao deixar de ouvi-lo por um único segundo estivesse perdendo anos de conhecimento e de prazer. Parece que ele sempre existiu. Na verdade é como se ele estivesse guardado em algum lugar dentro de mim, da minha mente, esperando o momento certo para emergir. Eu juro, não o criei, ele existe, mas eu ainda o desconheço. E o pior… ou melhor o desconhecido nele me atrai muito mais… Pior ainda ele foge de mim… Desesperadamente…"
.
http://colunas.imirante.com/joaquimhaickel/2008/10/29/carta-poema-1/

"...Revirando velhos guardados, palavras que viraram poeira no tempo, percebi que eu gostaria de ter vindo antes. Antes de tudo, antes de todas, antes do bem, do mal, das verdades e das mentiras que foram contadas pelo caminho. Por um momento cheguei a pensar que gostaria de ter sido ela, queria ter sentido tudo aquilo na pele, na carne e principalmente, no coração. Mas não, ser ela não seria a opção correta, não seria a salvação e nem a garantia de que um dia, tudo aquilo que estava aí dentro guardado tivesse sido destinado à mim mesma..."

sexta-feira, novembro 07, 2008

Critica ao livro Confissoes de Acompanhantes

De acordo com depoimentos do livro, a prostituta e/ou garota de programa e que nao assume essa opcao por falta de alternativas de sobrevivência, mas por livre vontade e interesse, se ofende quando ‘e chamada de puta. Por que ela nao se v^e prostituindo seus valores ou seu corpo, por acreditar que nao est'a fazendo nada de errado a si mesma e que seus valores nao sofrem influencia do que acredita ser sua profissão. Outros chamarão de vocação. O fato ‘e que ao refletir sobre esse estranho debate cheguei a uma simples conclusão: nao vejo como profissão o que as prostitutas fazem e menos ainda aceito a id'eia de que esta pra'tica seja uma das profissões mais antigas da humanidade. Se fosse, o que diríamos das freiras? Ser freira ‘e uma profissão? Acredite. H’a muitas semelhancas entre elas. Qual ‘e o maior prazer de uma freira? Servir a Deus e aos santos. E qual ‘e o maior prazer da prostituta? Servir a va'rios homens ou outros generos. Ambas esperam benefícios com essa pra'tica. A primeira espera receber a chave p/ a porta do ce'u, ser escolhida para uma missão divina ou ser perdoada por todos os seus pecados. A outra, espera uma chave p/ um enorme cofre bancário, ser desejada como a melhor das mulheres ou viver esperando as emoções mundanas do próprio destino. Uma sente o prazer da f’e a outra o prazer da carne. Ser’a que sentir prazer ‘e uma vocação? Asim ‘e mais facil compreender em vez de julgar que esta conclusão ‘e um delírio ou uma ofensa. A essencia de tudo esta na base do que ‘e invisível aos olhos. Neste caso, cada uma segue a sua opcao de vida motivadas por desejos individuais, mas que para realiza-los precisa dividi-los com outras pessoas. Amar ao próximo e a si mesmo ‘e um desafio que somente estes extremos podem alcancar, resguardadas as devidas proporções. Por isso nao ha que se falar em profissão. ‘E uma pra'tica que se auto-desafia, que se contradiz e portanto, nega a si mesma como um modo de viver e de ver a vida, sem buscar o equilíbrio tao necessário entre os dois po'los. São valores praticados seja pelo corpo, seja pela mente e isso nao tem nada a ver com vocação ou profissão. Nao h’a justificativa plausível no campo da moral, mas se explica pela sua existencia tao antiga quanto as necessidades humanas do corpo, da mente e do espirito. 

.

LVM