Diário de Liv

domingo, outubro 28, 2007

Brilha
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Acorda e vê como brilhas,
Levanta-te e aprecia
Cada raio de sol...
Como se fora teu!!!

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www.eloisavaldes.blogspot.com

Escombros!

"Caminhamos na noite como verbos sujos numa carta de amor. Vencidos pelo tempo e pela luz perdemos as sombras e temos no rosto a condenação das estátuas, a mudez dos seus lábios, o desespero fatal dos seus olhos secos pela eternidade.
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Que negros navios nos carregaram futuros destinos e nos largaram nestas ilhas malditas, nestas geografias podres a que nunca pertenceremos? Que estranho sangue fizemos correr nas nossas veias já mortas, ruelas de ruínas queimadas, escombros de palácios onde a alma nos morava, donde foi expulsa toda a esperança e o sonho se esfumou como incenso no deserto? Que brilhantes fantasmas nos tornámos, rindo dos espelhos e das águas onde nos deixaram as raízes que nos seguravam da loucura?
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Estamos tão sós, tão podres de agonia e medo! O corpo lacrado à dor, as rugas escondidas do tempo. O amor apedrejado às coisas e aos outros como uma moeda atirada da torre de tortura duma cidade comida pela peste. Que fizemos ao tempo de morrer com uma mão na nossa mão?"
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http://falsolugar.blogspot.com/

sábado, outubro 27, 2007

"Pareça e desapareça
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Parece que foi ontem.
Tudo parecia alguma coisa.
O dia parecia noite.
E o vinho parecia rosas.
Até parece mentira,
tudo parecia alguma coisa.
O tempo parecia pouco,
e a gente se parecia muito.
A dor, sobretudo,
parecia prazer.
Parecer era tudo
que as coisas sabiam fazer.
O próximo, eu mesmo.
Tão fácil ser semelhante,
quando eu tinha um espelho
pra me servir de exemplo.
Mas vice versa e vide a vida
Nada se parece com nada.
A fira não coincide
Com a tragédia encenada.
Parece que foi ontem.
O resto, as próprias coisas contém."
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Paulo Leminski

quinta-feira, outubro 25, 2007

Imaginário!

"Inversão do amor"
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"Esse amor parece um calendário, que não sai da linha do imaginário para a tela do amor. Essa emoção vivida na água partida da semente cortada. Essa imaginação tirada da água passada, da corrente ligada. Essa chantagem rolada da via expressada pela roda do amor. Essa chácara chamada da competência arrogada, da chancela drenada. Esse bloqueio blefado do câmbio chefiado da confusão conservada. Essa coroa estrondada da lábia inovada, da congregação insânia. Essa mentira mesclada da descarga mencionada do domínio para dor. Essa metamorfose implacada da raiz implantada, da intimidade invejada. Essa jazida esperada da fortuna roubada do tesouro do amor. Esse jogo da vida da conexão perdida, da máquina calculada. Esse beijo não dado do momento esperado, do prazo acabado. Essa polêmica atacada pelo recado enviado da meta não alcançada. Esse freio no envio do momento vazio da homenagem simbólica. Esse caderno do ninho do amor de passarinho, do jardim sem flor. Essa luta aclamada da cova cavada, do momento pendor. Essa luta aclamada da bobeira contada, da faca encravada. Esse momento bem rígido do espaço bem frígido, do passo marcante. Esse encontro galante do passo encenante, do frio constante. Esse amor passivo do beijo bem lindo do momento concreto. Esse giro completo da asa batente do espaço carente. Essa luz oculta do brilho da luta, da admiração amante. Esse prazer drenante do sentido colante da disputa cessante."
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José Eduardo Giorgetta de Faria

terça-feira, outubro 23, 2007

Feridas abertas... verdades ocultas...

"A raíz da pele
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Guardo na raíz da pele

os gritos, as emoções,
os desesperos, os medos,
a raiva, o ódio, a perfídia,
os sonhos, as frustrações,
as cicatrizes das feridas
que a vida em mim foi abrindo,
os mistérios, os segredos.
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Guardo na raíz da pele
a verdade do que sou.
Deixo que à flor da pele
emerja a máscara, o sorriso,
o jogo do gato-e-rato
onde, estando, nunca estou."
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Guilherme de Melo, in "Tantas mãos a mesma Primavera"

segunda-feira, outubro 22, 2007

"Por trás das letras"

"O que eu escrevo é verdade, mas não é verdade de verdade. Às vezes é verdade mentirosa, às vezes mentira verdadeira. Olha bem pras minhas cartas, me enxerga por trás da letra, percebe meu corpo no contorno do olho, passado à lápis. Assim você me descobre, embora tenha que ir fundo no que não digo. Fico bem quietinho, te mostro os rascunhos, te mando telegramas com palavras comidas, tão caras e não ditas. Eu não te engano, você que se engana com o que falo. Desencontros: me encontra depois do ponto. Final."



Perto de Você
O Teatro Mágico

"Quando começar o frio, dentro de nós
tudo em volta parece tão quieto
tudo em volta não parece perto
toda volta parece o mais certo
certo é estar perto sem estar perto de você,
sou tão perto de você, sou tão perto de você
Quando o tempo não passar, dentro de nós
cada hora é como uma semana
cada novo alô é mais bacana
cada carta que eu nunca recebo
é sempre um motivo pra lembrar
sou tão perto de você
vida amarga, como é doce a dor da palavra
dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...
Quando alguém se machuca, dentro de nós
toda culpa parece resposta
nossa busca não parece nossa
nosso dia já não tem mais festa
não tem pressa nem onde chegar
sou tão perto de você
Quando a paz se anunciar, dentro de nós
é porque aquilo que nos cega,
mostra um outro lado da moeda
que não apaga as coisas do meu peito
o preço é me fazer acreditar
sou tão perto de você
Vida amarga, como é doce a dor da palavra
dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe
quando a música acabar, dentro de nós..."

sábado, outubro 20, 2007

"CARBONÁRIO
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Porque sei que sou contrário,
sigo contra a contramão,
desinvento o itinerário,
apago os passos e o chão.
Prefiro o incerto à razão,
meu tempo corre anti-horário
seguindo um só ideário:
fazer do todo, fração.
Completamente ordinário,
todo sim que digo é não
."
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Antoniel Campos

Quero sim e digo que não!

"IDEIAS sobre o amor? Sim, têm-se. E têm-se, sobretudo, horas violentas de amor, certezas e sonhos loucos. Certezas! Mas que absurdo... As certezas são apenas nossas; pobres cálculos instantâneos e definitivos. Deliberações... A vida de súbito, refeita, alterada, liquidada, iniciada sem uma base, mas em outro estilo que não o velho...
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O amor, é uma coisa fugaz e maravilhosa; dá-nos ao espírito uma tal capacidade de reforma, de criação de uma estrutura própria! Enfraquece-nos e subtiliza-nos, força-nos a infinitas abdicações, que não são propriamente negações, que são tentativas ardentes e inconscientes de recreação psíquica, de conformação com o tipo moral novo que se nos depara e nos agita. E uma espécie de corrida, de saída de um eu pessoal para um eu alheio — que afinal só desejamos captar, cativar, conquistar, render — rendendo-nos nós a ele...
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Muda-se de terra, de meio, de época, e temos casualmente uma hora, uma dessas doces mas tão incertas tão avassaladoras e inseguras horas de ânsia amorosa... Hora infinitamente discreta e delicada, quase pueril, de favor e de mimo, mas dominante, enterrada no cerne da nossa sensibilidade, lavrando-o. Hora arrebatadora, imensa e breve. Sempre desiludida!
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Porém o amor e o desejo nunca o são de um só; a partilha os assedia, misteriosamente fustiga. Toda a poderosa torça imanente da vida no-lo prova ou revela. Mil possibilidades compreensivas, receptivas, comunicativas nos atravessam, se nos oferecem. Sem logros, sem enganos... Há recíprocos acordos rápidos, inexprimíveis e inutilmente aclarados, impositivos. E porque é que os frustramos? Que traição nos fazemos!
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Quando ela queria dizer sim, diz e/e não. É inevitável... Ou então, o contrário. Perdem-se os passos juntos dados, que tiveram, sensível ou insensivelmente, uma harmonia tão subtil e cariciosa, a pressão doce e casual das mãos já esquecida, os olhares comuns, alienados. Os seres que se aproximam, retraem-se. Porquê? Que louco jogo é este da vida? É perversa a natureza, ou a nossa realidade nos conduz fatalmente à negação?
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O sol e a chuva, a paisagem da terra, que é a acidentalidade dos que por ela passam sem demora, as estrelas e o escuro da noite, o movimento alheio, o povo, o inconsciente imenso que nos aperta e nos abandona, que nos mantém acompanhados e sós, influídos e desinteressados, para quem e a favor de quê trabalharam? Demos-lhe um lugar enorme, uma aceitação fervorosa e poética, desdobrámo-los momentânea e quase absolutamente no nosso caloroso espírito... E eles que nos devolvem? Nada. Anulam-se, repelem-nos. Continuam existindo mas já vazios, aniquilados.
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É isto, parece que é sempre isto, o amor. Uma labareda e um pozinho de cinza. Ímpeto e incerteza, calor e frio. Realizado, ou não realizado, é uma flor brilhante, que ninguém colhe, que ninguém guarda, de que todos conhecem o nome, apenas o nome... Mais uma palavra dita, uma afirmação? Seriam inúteis.
Amor concluído, amor iniciado têm ambos a mesma realidade: não duram.
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Dos dois, homem e mulher, aquele que diz ao outro não, é o mais sábio. E o mais cruel. Tem a previsão, a lucidez fria dos permanentes destinos. O que esperou, o que sonhou, é o eterno tonto, sem domínio e deslumbrado, renascendo sempre para a ilusão."
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Irene Lisboa

quinta-feira, outubro 18, 2007

Naturalmente...

«Alegria brutal e primitiva de estar viva, feliz ou infeliz mas bem presa à raiz
Fernanda de Castro
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"Sou uma encruzilhadas de duas naturezas."
MIGUEL TORGA
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"Tenho convivido com coisas importantes, grandes planos, poderosas instituições e muito sucesso. Sou a favor daquelas forças sutis, amorosas e invisíveis que atuam de indivíduo para indivíduo, penetrando por entre as frestas do mundo como se fossem pequenas raízes ou fios capilares de água que, com o tempo, derrubarão os mais sólidos monumentos de orgulho."
Willian James
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"Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos."
Eugénio de Andrade
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"Você é riacho e acho que teu rio corre pra longe do meu mar...
mar marvado seria o rio
que correndo do meu riacho...
levaria o que acho pra onde ninguém pode achar..."
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"A contradição é a raiz de todo o movimento e de toda a vida"
Herbert Marcuse

segunda-feira, outubro 15, 2007

"TRAMA
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Não há cena previsível
para o amor
que se reserva
ou se arrisca
em solidão:
habitar o não sabido
o sem-nome do sigilo
é a sina dos que inventam
- entre sombras
e invervalos -
a paixão
."
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(Maria Esther Maciel, poeta mineira, do livro Triz, Belo Horizonte, 1999)

Ser muitas!

"Eu sou assim, coberta de incerteza
e paradoxalmente incontrolável,
creio, portanto, mais do que explicável,
ser sempre um mar em plena correnteza.
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Sou o que sou, devido à Natureza,
que não me quer de forma controlável,
vivendo em ansiedade insustentável,
que me atiça, com muita sutileza.

Sou contraste, sou várias numa só,
sou fêmea, calejada por amar,
sabendo dar um laço e dar um nó.
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Sou outras, não sou nada certamente,
necessário será me apaixonar,
para ser muitas, de repentemente."
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Messody Benoliel

sábado, outubro 13, 2007

"Mas deixa o destino"...


sexta-feira, outubro 12, 2007

GOTA

Minha mensagem é simples como a raíz de um problema... mas também é tão complexa como extrair de um retrato um poema. É uma palavra, um sentimento... algo imenso... e tão pequeno como este diário... algo intenso... uma voz como sendo a melhor melodia... nossa música... nosso tempo! É... acho que é sintoma de um pra sempre... de um finalmente! E não adianta dizer que tanto faz... porque alguma acoisa aconteceu dentro de nós... uma certa alma marcou nossas estórias e agora virou nosso museu de memórias. Sei que não acreditas, por isso não vou dizer aquelas besteiras... nem lembrar que tive medo! Tenho provas que mesmo muito longe ainda te vejo. Que apesar desse meu jeito estranho... ainda desejo. E a energia de toda a nossa sintonia me ilumina todos os dias... Mas uma nova música precisa tocar... e mudar todas as rotinas... e preencher os espaços... enfeitar com recados... acrescentar flores e a loucura dos beija-flores. Por causa dessas páginas tão secas, quero ser mais estranha ainda... apesar que estranho mesmo é eu não poder me apaixonar... pela fatalidade de que o que era para ser orvalho virou erva venenosa. Preciso que alguém me ensine a criar novas raízes.... mesmo tendo apenas uma gota para regar os dias felizes!
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LVM

terça-feira, outubro 09, 2007

RAÍZES

"Estou me cortando pela raiz,
o que nascer terá que aprender a ser livre."
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http://janelas.blogspot.com/

"Todas as manhãs
tropeço nas raízes antigas
da árvore que se ergue
à minha porta
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Todas as manhãs
tropeço nas raízes antigas
da árvore que se ergue
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Todas as manhãs
tropeço nas raízes antigas
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... Todos as manhãs
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Estimo todas as manhãs
e as surpresas que todas me reservam"

segunda-feira, outubro 08, 2007

! ...

"Uma Alegria para Sempre
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As coisas que não conseguem ser olvidas continuam acontecendo. Sentimo-las como da primeira vez, sentimo-las fora do tempo, nesse mundo do sempre, onde as datas não datam. Só no mundo do nunca existem lápides... Que importa se - depois de tudo - tenha "ela" partido ou que quer que te haja feito, em suma? Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua e, esta, ela jamais a poderá passar de ti para ninguém. Há bens inalienáveis, há certos momentos que, ao contrário do que pensas, fazem parte de tua vida presente e não do teu passado. E abrem-se no teu sorriso mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas. Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura... A thing of beauty is a joy for ever - disse, há cento e muitos anos, um poeta inglês que não conseguiu morrer."
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quintanares.blogspot.com

Festa Anos 80 - Geração Plebe



Luzes
Plebe Rude
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Luzes que piscam, gritam e avisam
que chegou a hora que voce sonhou,
São anos de espera, que chegam ao fim,
um frio na espinha apesar do calor
Voce se esforça para aparentar
Toda calma que lhe falta,
o medo te assalta, tudo pode dar errado
voce está apavorado, voce está em pânico
Mas agora não tem volta, algo te impulsiona,
e as luzes coloridas não param de piscar
Nos seus sonhos, tudo era perfeito
Rodolfo Valentino não faria melhor
Nos seus sonhos tudo era perfeito
Giovanni Casanova não faria melhor
Voce olha seus amigos, que riem à vontade,
Porque você nao pode ser assim,
por tras do sorriso, se esconde o medo,
e ele é tão grande quanto esse seu
Vocês tentam agir de maneira casual
como se isso fosse corriqueiro e banal
A verdade transparece no rosto de você,
é mais que ululante, porque é a primeira vez,
e Agora que acabou ,você nem reparou
Que as luzes nao piscam com a mesma intensidade

quinta-feira, outubro 04, 2007

Queda de braço!!!!!!!!

"Eu me rendo. Subordino-me ao incessante pensamento... Retiro a barreira imposta pela minha memória e assim, lembro de ti. Faço-me escrava de minhas lembranças. Torturo-me. O porquê de o fazer, não se explica mas não me condeno... Afinal, seria uma derrota fugir das próprias idéias. Eu posso ser mais forte... Pois além do imensurável medo, isso me faz feliz... me torna alguém mais nobre e alguém com mais forças para lutar... Lutar contra o caminho que pode possuir estradas planas e seguras ou trechos tortuosos e arriscados... Nada mais importa! Cada vez aproximo-me mais do dia em que direi...Valeu a pena..."