Diário de Liv

segunda-feira, agosto 31, 2009

Um passo...

"Às vezes são precisas decisões erradas para seguir em frente. Talvez a velha lógica do passo atrás para dar dois em frente resulte mesmo. Talvez a única forma de libertação dos fantasmas seja esquecer que eles existem. O passado às vezes tem mesmo que ser esquecido, ainda que tenha sido ele a trazer-me aqui. Porque as correntes não se cortam, quebram-se. Só podia ser assim. De outra forma não conseguia. A guerra é sempre uma luta pela paz, e quase sempre um mal necessário. (...) Talvez não haja perdão para certas palavras, certas decisões, provavelmente não há mesmo. Mas de outra forma não me conseguiria jamais libertar. Não conseguiria deixar de olhar para trás, em vez de olhar em frente. Como tem que ser."

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http://diasquecorrem.blogspot.com

"Não ouso tomar a iniciativa; Prefiro esperar...

Não ouso avançar; Prefiro recuar um passo". 

Lao Tsé

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"cruzaste-te comigo em pensamento...

...e fingiste que não me viste."

http://diasquecorrem.blogspot.com

"Sinto que você é ligado a mim


Sempre que estou indo, volto atrás


Estou entregue a ponto de estar sempre só


Esperando um sim ou nunca mais"

Vanessa da Mata

ECO DO PENSAMENTO

"Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita... que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...
Essa lembrança...mas de onde? De quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!"
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Mário de Miranda Quintana

sábado, agosto 29, 2009

SHOW - ANGELA RO RO (Lição)

A MIM E A NINGUÉM 
Angela Rô Rô 
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Eu sei que o tempo vai passar e as coisas vão ficar porque acredito em mim... E o tempo passa a flutuar e a chance de eu ficar depende só de mim... Começo uma nova história e aviso: Não vai ter lugar prá você onde sobra juízo. Todo amor que eu amei no fundo eu dediquei a mim e a mais ninguém... E vai ser tarde até demais prá quem ficou prá trás por não saber amar... Se gosta do medo não venha comigo... Não gosto de quem nunca corre perigo... Todo canto e pranto meu e tudo que sou eu por certo vai vingar... Então você vai entender que o quanto que eu quis sofrer valeu pelo tentar. Se gosta do medo não venha comigo... Não gosto de quem nunca corre perigo. Todo amor que eu amei no fundo eu dediquei a mim e mais ninguém. Lição 

sexta-feira, agosto 28, 2009

"Te cuida"

"E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor pensar que a última vez que se encontraram se curtiram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação. Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito. E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho? Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil. Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo."

Rubem Braga

"Tudo Que Você Podia Ser"

Tudo que posso ser...

 "Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de, pelo menos, estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."

Clarice Lispector

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"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..." 

Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector

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"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa 

ou forte como uma ventania,


Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector


segunda-feira, agosto 24, 2009

Sonho que se sonha é ser Pixote...



A Hora Do Trem Passar
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho
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Você tão calada e eu com medo de falar
Já não sei se é hora de partir ou de chegar
Onde eu passo agora não consigo te encontrar
Ou você já esteve aqui ou nunca vai estar
Tudo já passou, o trem passou, o barco vai
Isso é tão estranho que eu nem sei como explicar
Diga, meu amor, pois eu preciso escolher
Apagar as luzes, ficar perto de você
Ou aproveitar a solidão do amanhecer
Prá ver tudo aquilo que eu tenho que saber

"INQUIETAÇÃO"

"A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas

Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho

Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda

Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
"

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José Mário Branco

http://espelhoselabirintos.blogspot.com/



Resposta

maysa

Ninguém pode calar dentro em mim


Essa chama que não vai passar


É mais forte que eu


E não quero dela me afastar


Eu não posso explicar quando foi


E como ela veio
e só digo o que penso


Só faço o que gosto
e aquilo que creio


Se alguém não quiser entender


E falar, pois que fale


Eu não vou me importar com a maldade

De quem nada sabe
e se alguém interessa saber


Sou bem feliz assim


Muito mais do que quem 

já falou ou vai falar de mim

terça-feira, agosto 18, 2009

"DESEJO"

"Eu, que tantas vezes já escrevi sobre o desejo, achei de reparar em quem não deseja.Quem não deseja não está procurando nada, não está interessado em nada, não precisa estar perto de ninguém. Olha apenas para a frente, o mínimo necessário para dar alguns passos sem cair, sem pensar em direções, viagens, paisagens, caminhos, pessoas que estão no carro ao lado no trânsito parado. Quem não deseja simplesmente vive seu dia de um lado para outro, evitando ir além dos horizontes mínimos estabelecidos, evitando tomar parte dos acontecimentos. Quem não deseja até sente fome, mas é capaz de andar corredores inteiros de um supermercado sem encontrar nada que apeteça. Pra matar a sede, água, vinho, refrigerante, ou suco são iguais. Sente sono, mas não pensa nada antes de dormir, nem sonha, nem lembra-se de nada importante ao acordar. Tomar banho, lavar louça, engraxar os sapatos, regar o jardim são apenas coisas para se fazer sem maiores pensamentos ou memórias. Para quem não deseja, tanto faz vestir branco ou vermelho, tanto faz o listrado ou o estampado, o liso ou o rugoso, tanto faz estar sozinho ou acompanhado, tanto faz aparecer na foto ou não, tanto faz se é de dia ou de noite. Melhor é o morno, o insosso, o médio. Se alguém telefonar, atenda; se algo se quebrar, conserte; se não serve mais, jogue fora; se morreu, enterre; se foi embora, despeça-se. A vida de quem não deseja é resignada e imediata. Quem não deseja não fica nervoso com o que não dá certo, não tem vontades incompreensíveis, não fala mais alto, não tem repentes, não espera um telefonema especial, não fica indignado com política, não torce por time nenhum. Quem não deseja não fica ansioso com grandes projetos e planos, não fica angustiado com falta de dinheiro, não sente borboletas voando dentro da barriga, não se arrepia com aquela voz, não vê os olhos brilharem por nenhum motivo em especial. Quem não deseja não quer causar polêmica, não quer chamar atenção, não quer nada além do trivial e programado. Quem não deseja não tem música especial, não tem sabor de sorvete preferido, não vê por que sair em noite de calor, nem lembra que tem estrela e lua no céu. Quem não deseja não se embriaga, não faz oração pra nenhum deus, não se preocupa com o futuro – afinal, o futuro não vai ser muito diferente de hoje. Não chora, mas também não faz questão de sorrir. Não incomoda nem encanta ninguém. Não toma partido, não dá opinião, não defende nem ataca. Quem não deseja só quer passar desapercebido. A vida sem desejo é medíocre, previsível, indiferente, absolutamente tranquila e insípida. Um arco-íris sem cor, um chiclete mascado, uma rosa sem perfume, um filme sem enredo. A vida sem desejo é vivida em paz e quietude. Pena que isso não seja vida."

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http://blog.mafaldacrescida.com.br/?cat=4

"Quanto

Quanto de mim deixei escondido... Quanto mal resolvido? Quanto de mim reservei, resguardei... Quanto revelei? Quanto de mim,ora viesse à tona, por insistência ou teimosia, diz-me: De quanto ainda seria dona? Quanto de mim, rebeldia... Quanto, valentia? Há um espaço, um colo, um certo langor... Hoje, mais que nunca, quanto me custaria? Desejei o cansaço da noite no abraço. Que farias... Que dirias tu, quanto de mim amarias, se te permitisses? Diz-me: São meus os olhos que vejo nos teus refletidos? São minhas, as tuas noites,quando sonhas comigo? Ou dirias que não, porque o tanto é muito pouco, e o pouco, não te basta? Quanto restaria, quanto faltaria? Quanto mais seria preciso? Quanto?"

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http://pensamentosimperfeitos.blogspot.com/

"Espera


Aguardo a tua vinda!
E, embora me entristeça
Enquanto aguarde,
É tão linda a promessa
Que chego a desejar que venhas tarde!"

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http://canaldepoesia.blogspot.com/2007/05/espera.html



terça-feira, agosto 11, 2009

"Algo está sempre por acontecer. 


O imprevisto improvisado e fatal me fascina. 


Já entrei contigo em comunicação tão forte

que deixei de existir sendo.
Você tornou-se um eu.


É tão difícil falar e dizer coisas  que não podem ser ditas.


É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois?


Dificílimo contar: olhei para você fixamente por uns instantes.


Tais momentos são o meu segredo.


Houve o que se chama de comunhão perfeita.


Eu chamo isto de estado agudo de felicidade."

CLARICE LISPECTOR

domingo, agosto 09, 2009

PRESENTE OLHAR

"Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio do deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância, e só existe aquele momento."

Paulo Coelho

quarta-feira, agosto 05, 2009

"Gostaria de aquietar-me um pouco...
Contemplar, refletir, extrair
de mim, o melhor ou o pior;
da vida, o que ela oferece;
do outro, suas possibilidades.
Às vezes, falta-me tempo...
A vida corre para acabar.
Sina urbana.
Na urgência de viver
anestesio olhos e ouvidos,
os que alimentam minh’alma!
Com a boca cheia,
a alma vazia
vaga...
Ou melhor, corre.
Esquece-se de si, da vida, do outro...
Necessita sofregamente
chegar a lugar algum."

Lou Vilela - http://nudezpoetica.blogspot.com