Diário de Liv

terça-feira, dezembro 30, 2008

LEMBRANÇAS

AGORA MEU ANJO DA GUARDA... MEU EXEMPLO DE LUCIDEZ E SABEDORIA... MINHA PROVA DE FE... MEU ESCAPULARIO DE ORACAO... MINHA LEMBRANCA MAIS ALEGRE... MINHA SAUDADE DO QUE NAO FOI VIVIDO... MINHA GERACAO QUE AINDA NAO VEIO... MEUS ANCESTRAIS MAIS HUMILDES... MINHA VONTADE DE CONTINUAR SEGUINDO O SEU CAMINHO... MEU ORGULHO DE TER CONVIVIDO COMO SUA NETA... POR TODA ESTA VIDA!!!!!  

NATAL MAIS TRISTE...

segunda-feira, dezembro 22, 2008

al otro lado del río

jorge drexler

.

Clavo mi remo en el agua 
Llevo tu remo en el mío 
Creo que he visto una luz al otro lado del río
.
El día le irá pudiendo poco a poco al frío 
Creo que he visto una luz al otro lado del río
.
Sobre todo creo que no todo está perdido 
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
.
Oigo una voz que me llama casi un suspiro 
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a
.
En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío 
Creo que he visto una luz al otro lado del río
.
Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
.
Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
.
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a
.
Clavo mi remo en el agua 
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
.
"FINCO O MEU REMO NA ÁGUA LEVO O TEU REMO NO MEU 
ACREDITO TER VISTO UMA LUZ AO OUTRO LADO DO RIO. 
O DIA VAI VENCER AOS POUCOS O FRIO 
ACREDITO TER VISTO UMA LUZ AO OUTRO LADO DO RIO. 
PRINCIPALMENTE ACREDITO QUE NEM TUDO ESTÁ PERDIDO 
TANTA LÁGRIMA, TANTA LÁGRIMA E EU SOU UM COPO VAZIO. 
OUÇO UMA VOZ QUE ME CHAMA... QUASE UM SUSPIRO 
REMA, REMA, REMA. NESTA MARGEM DO MUNDO 
O QUE NÃO É REPRESA É BALDIO 
ACREDITO TER VISTO UMA LUZ AO OUTRO LADO DO RIO. 
EU, MUITO SÉRIO, VOU REMANDO E BEM LÁ DENTRO, SORRIO 
ACREDITO TER VISTO UMA LUZ AO OUTRO LADO DO RIO. 
PRINCIPALMENTE ACREDITO QUE NEM TUDO ESTÁ PERDIDO 
TANTA LÁGRIMA, TANTA LÁGRIMA E EU SOU UM COPO VAZIO. 
OUÇO UMA VOZ QUE ME CHAMA... QUASE UM SUSPIRO 
REMA, REMA, REMA. FINCO O MEU REMO NA ÁGUA 
LEVO O TEU REMO NO MEU 
ACREDITO TER VISTO UMA LUZ AO OUTRO LADO DO RIO."

Diário de Motocicleta

Estou convencida de algumas coisas... não porque somente neste crucial momento da vida assisti a esse filme .. Mas porque vi em meu diário as primeiras lições de vida … que ‘e tão  real  quanto imaginável e ao mesmo tempo tão distante e tão próximo de mim…. Será muita inocência dizer que a mais completa revolução ‘e a poesia que se reprime no intimo do nosso ser!? E que o maior bem capitalista que tenho ‘e a própria estória do meu destino… obra prima em um leilão cheio de alienados ... que me vê mais como propaganda a ser vendida do que alguém que tentar comprar ideais... 

.

Lá está registrada toda a vergonha em ser quem pude ser e todo o orgulho que tenho em dizer que  meu grande feito foi ser a minha própria morfina para a dor que eu sentia quando a mudança me consumia. A ternura me fez admirar o que parecia feio, pobre e triste e mudou a minha essência. Não foram heróis, mas as maiores e melhores pessoas que conheci foram aquela que quando pensei que  precisavam da minha instrução, assistência e até  caridade, guiaram-me ao conhecimento da dignidade humana, alfabetizando-me de sentimentos com cálculos simples e olhares que diziam as palavras mais complexas. Nunca me senti tão importante e tão impotente!

.

Não consigo expressar a dimensão dessas experiências para a minha personalidade... naquilo que acredito,  desejo e que me faz responsável ou pela omissão ou pela transformação. Em cada fragmento de realidade busquei sonhos.... sem segunda intenção. Por isso, tenho comigo as lembranças e as marcas de cada lição, que me levam a reconhecer o inexplicável. Não me sinto uma missionária, uma rebelde sem causa, uma jovem saudosista... mas uma viajante que não sabe qual o caminho deve seguir... afinal... a geografia das utopias não tem direção.

.

Escrever um diário ‘e necessário... saber viver ‘e muito mais. O fascínio do desconhecido ‘e tão essencial quanto saber olhar o óbvio... sem isso... não há espírito... não há uma alma por traz do animal e seu instinto... E essas emoções me modificaram até a raiz! Sem razão nenhuma de ser... pela simplicidade que vi e senti... mas não a vivi na plenitude, na sua lógica mais radical, na sua verdade mais selvagem. A hipocrisia ainda não ‘e a minha inimiga! Como ‘e difícil desvencilhar das origens disfarçadas e desconstruir esse mundo de imagens! E ainda assim, como ‘e estranho sentir que nada e ninguém ‘e insignificante! 

.

LVM




quarta-feira, dezembro 17, 2008

Samba de um minuto

Roberta Sá

.

Devagar


Esquece o tempo lá de fora


Devagar


Esqueça a rima que for cara.



.

Escute o que vou lhe dizer


Um minuto de sua atenção


Com minha dor não se brinca


Já disse que não


Com minha dor não se brinca


Já disse que não.



.

Devagar


Esquece o tempo lá de fora


Devagar


Esqueça a rima que for cara.



.

Escute o que vou lhe dizer


Um minuto de sua atenção


Com minha dor não se brinca


Já disse que não


Com minha dor não se brinca


Já disse que não.



.

Devagar, devagar com o andor


Teu santo é de barro e a fonte secou


Já não tens tanta verdade pra dizer


Nem tão pouco mais maldade pra fazer.



.

E se a dor é de saudade


E a saudade é de matar


Em meu peito a novidade


Vai enfim me libertar.



.

Devagar...

terça-feira, dezembro 16, 2008

Rio: Cidade Maravilhosa ou Cidade-desespero?


"É...Rio de Janeiro
É muito fácil falar de coisas tão belas
De frente pro
mar mas de costas pra favel
a"
.
MARCELO D2

M.A.D.O.N.N.A I.N. R.I.O. - MOMENTO TIETE




...JAZZ DANCE...

OPA!!!!

Waltz for Eva and Che

Madonna

Composição: Tim Rice

.

Tell me before I waltz out of your life...
Before turning my back on the past
... Forgive my impertinent behavior
... But how long do you think this pantomime can last?
... Tell me before I ride off in the sunset
... There's one thing I never got clear
... How can you claim you're our savior
... When those who oppose you
... Are stepped on, or cut up, or simply disappear? Tell me before you get onto your bus
... Before joining the forgotten brigade...
How can one person like me, say,
... Alter the time-honored way the game is played?
Tell me before you get onto your high horse
... Just what you expect me to do
I don't care what the bourgeoisie say
... I'm not in business for them but to give all my descamisados
...A magical moment or two... There is evil, ever around, fundamental
... System of government quite incidental ...So what are my chances...
Of honest advances?
I'd say low
Better to win
... By admitting my sin
... Than to lose with a halo ... Tell me before I seek worthier pastures...
And thereby restore self-esteem
... How can you be so short-sighted
...To look never further than this week or next week
...To have no impossible dream?  Allow me to help you slink off to the sidelines
I'll mark your ado with three cheers
... But first tell me who'd be delightedIf I said I'd take on the
... The world's greatest problems
... From war to pollution?
No hope of solution
... Even if I lived for one hundred years ... There is evil, ever around, fundamental
... System of government quite incidental ... So go, if you're able
... To somewhere unstable
... And stay there
... Whip up your hate
In some tottering state
... But not here, dear
Is that clear, dear? Oh what I'd give for a hundred years!
But the physical interferes
... Every day more ... Oh my Creator!
What is the good of the strongest heart
In a body that's falling apart?
A serious flaw I hope ... You know that.

SURPREENDIVEL

"Algo realmente está diferente, mudado, quando o prolixo fica sem palavras, quando o falastrão perde a voz. Quando o turbilhão de idéias e imagens deixa de correr como rio e ficam represadas, mas nem por isso imóveis. As águas continuam agitadas, criando ondas, como se estivessem em mar aberto, ou formando correntezas, como um rio caudaloso. 
A vida passa voando e sempre falta tempo para tudo, inclusive para abrir as comportas em textos confusos, mas cheios de energia. Nem por isso essa energia deixa de correr, como na primeira vez que surgiu, do nada. Ou quando a distância não planejada, por incrível que pareça, só a fez crescer ainda mais. Ela continua se movendo, batendo nas paredes da represa, mostrando estar muito viva. 
As coisas estão diferentes, e incrivelmente belas, porque ela surgiu. Justamente quando eu não esperava, quando pensava preferir estar sozinho. E veio pra mudar meu mundo, minhas idéias, meu caminho. Sempre pra melhor, de uma forma que eu nunca imaginava ser possível, a não ser nas histórias de amor mais delirantes. 
Taí uma surpresa que eu realmente não esperava receber, mesmo ciente de que a vida sempre prega peças na gente. E quão bom foi ter sido surpreendido."

.

http://www.ervilhasdureza.blogger.com.br/

*** ”eu me falto, e essa lacuna é tudo”
 ***

.

.

Assim preencho as lacunas alheias; 

assim podes também preencher as minhas.

.

.

Eu falava-me, eu perseguia-me, 

eu atirava-me à cama, e rolava comigo, 

e chorava, e abafava os soluços com a ponta do lençol

"Não tenhas ciúmes de tua mulher 

para que ela não se meta a enganar-te 

com a malícia que aprender de ti"

.

"A eternidade tem as suas pêndulas; 

nem por não acabar nunca deixa de querer saber 

a duração das felicidades e dos suplícios."

.


"Dom Casmurro" - Machado de Assis

 

quarta-feira, dezembro 10, 2008

"E rompe através do silêncio, tudo o que é deixado é tudo o que eu escondo"

domingo, dezembro 07, 2008

Poema LXIV (Dulce María Loynaz), Palabras (Marta Valdes), Palavras (Gonzaguinha)

Poema LXIV (De amar mucho tienes a palabra)

De amar mucho tienes a palabra que persuade, la mirada
que vence y que turba...
De amar mucho dejas amor en torno tuyo, el que pasa cerca
y se huele el perfume en el pecho, viene a creer que tiene la rosa dentro...
.
Dulce María Loynaz
.
.
.

Palabras (o Y con tus palabras)

Dulce Marìa Loynaz
Intérprete: Omara Portuondo
.

Palabras,

quisiste con palabras engañarme

fingiendo comprender mi sentimiento,

fingiendo que tenías corazón.

.

No trates

de hacer que muera en mí la desconfianza;

la culpa y la maldad de tus palabras

sellaron el final de esta ilusión.

.

Perdóname este orgullo,

–por mi sinceridadperdón te pido–,

pero te has encontradocon este corazón

que ha comprendido que en tisólo hay egoísmo.

.

Palabras,

aléjate de mí con tus palabras,

aléjate bien pronto de mi vida

y busca un corazón que las reciba.
.
Dulce Marìa Loynaz
.
.
.
Palavras
por Maria Bethânia
.
palavras, palavras, palavras
eu já não aguento mais
.
palavras, palavras, palavras
você só fala, promete e nada faz
.
palavras, palavras, palavras
desde quando sorrir é ser feliz
.
cantar nunca foi só de alegria
com tempo ruim
todo mundo também dá bom dia
.
cantar nunca foi só de alegria
com tempo ruim
todo mundo também dá bom dia 
.
Gonzaguinha



"O difícil não é dar, é não dar tudo"

Colette, Sidonie

.

"Viver anciosamente o futuro,

sem pensar no que sou,

lutando pelos sonhos que não sonhei. "

.

bacharelando.blogspot.com/

.

 "Se o mundo não vai bem

a seus olhos, use lentes

... ou transforme o mundo

ótica olho vivo

agradece a preferência". 

.

Chacal


"Soneto

.
Necessito de um ser, um ser humano
Que me envolva de ser
Contra o não ser universal, arcano
Impossível de ler

.
À luz da lua que ressarce o dano
Cruel de adormecer
A sós, à noite, ao pé do desumano
Desejo de morrer.


Necessito de um ser, de seu abraço
Escuro e palpitante
Necessito de um ser dormente e lasso

.
Contra meu ser arfante:
Necessito de um ser sendo ao meu lado
Um ser profundo e aberto, um ser amado.
"
.
Mário Faustino
http://www.fotolog.com/manu_negra/62633896

sexta-feira, dezembro 05, 2008

"Ode a pobreza"

.

"Quando nasci,
pobreza,
me seguiste,
me olhavas
através
das taboas podres
pelo profundo inverno.
 De prontidão
eram teus olhos
os que olhavam das brechas.
 As goteiras,
da noite, repetiam
teu nome e teu sobrenome
ou as vezes
o salto quebrado, o traje rasgado,
os sapatos furados,
me advertiam.
 Ali estavas
espiando-me
teus dentes de traça,
teus olhos de pântano,
tua língua cinza
que corta
a roupa, a madeira
os ossos, o sangue,
ali estavas
buscando-me,
seguindo-me,
desde o meu nascimento
pelas ruas.
 Quando aluguei um quarto
pequeno, nos subúrbios,
sentado em um sofá,
me esperavas,
ou no decorrer dos lençóis
em um hotel escuro,
adolescente,
não encontrei a fragrância
da rosa desnuda,
sim o silvo do frio
da tua boca,
Pobreza,
me seguistes
pelos quartéis e hospitais,
pela paz e pela guerra.
 Quando adoeci tocaram
à porta:
não era o doutor, entrava
outra vez a pobreza.
 Te vi tirar meus móveis
à rua:
os homens
os deixavam cair como pedradas.
 Tu, com amor horrível,
de um montão de abandono
no meio da rua e da chuva
ias fazendo
um trono desdentado
e olhando os pobres
recolhias
meu último prato fazendo-o diadema.
 Agora,
pobreza,
eu te sigo.
 Como fostes implacável,
sou implacável.
Junto
de cada pobre,
me encontrarás cantando,
baixo,
cada lençol
de hospital impossível
encontrarás meu canto.
 Te sigo,
pobreza,
te vigio,
te cerco,
te disparo,
te exilo,
te corto as unhas,
te quebro
os dentes que te restam.
 Estou
em todas as partes:
no oceano com os pescadores
na mina com os homens
ao limpar-se a frente,
tirar-se o suor negro,
encontram
meus poemas.
 Eu saio cada dia
com a trabalhadora têxtil.
 Tenho a mão branca
de dar pão nas padarias.
 Aonde vais,
pobreza,
meu canto
está cantando,
minha vida
está vivendo,
meu sangue
está lutando.
 Derrotarei
tuas pálidas bandeiras
aonde se levantam.
 Outros poetas
antes te chamaram
santa,
reverenciaram tua capa,
se alimentaram de fumo
e desapareceram,
Eu
te desafio,
com duros versos te golpeio o rosto,
te embarco e te desterro.
Eu com outros,
com outros, muitos outros,
vamos te expulsando
da Terra a Lua
para que ali fiques
fria e encarcerada
vendo com um olho
o pão e os ramos
que cobrirão a terra
de amanhã."
.
PABLO NERUDA

Sem perder a Ternura

Deixa-me dizer, com o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é feito de grandes sentimentos de amor.

CHE

.

Nosso sacrifício é consciente. É a cota que temos de pagar pela liberdade que construímos.

CHE

.

Muitos dirão que sou aventureiro, e sou mesmo, só que de um tipo diferente, destes que entregam a própria pele para demonstrar suas verdades.

CHE

.

Sobretudo, sejam capazes de sentir, no mais profundo de vocês, qualquer injustiça contra qualquer ser humano, em qualquer parte do mundo. (Carta de despedida aos filhos)

CHE

.


“Que importam os perigos ou os sacrifícios de um homem ou de um povo, quando está em jogo o destino da humanidade.

CHE

.



Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais completos; somos mais completos porque somos mais livres.

CHE

.

"El cuaderno verde de Che"

"Eu sei! Eu sei! 
Se sair daqui, o rio me engolirá... 
É o meu destino: hoje devo morrer! 
Mas não, a força de vontade pode superar tudo.
Há obstáculos, eu reconheço.
Não quero sair.
Se tenho que morrer, será nesta caverna.

As balas, o que podem as balas fazer comigo
se meu destino é morrer afogado? Mas vou
vencer o destino. O destino pode ser
conseguido pela força de vontade.

Morrer, sim, mas crivado de
balas, destroçado pelas baionetas, se não, não. Afogado não...
Uma recordação mais duradoura do que meu nome...
É lutar, morrer lutando."

.

(Ernesto Guevara – 17 de janeiro de 1947)
.

COMPLICIDAD
.
Robinson Rodriguez Herrera
.
"Nos hemos conjurado
amada mía, contra el mundo:
urdiendo íntimas tramas
encuentros furtivos,
colocando atentados
al falso pudor
de las beatas,
pintado las avenidas
con nuestros nombres,
buscando la misma oscuridad
que los complotados,
inventando claves y consignas,
resistiendo batallas
cotidianas,
Inmersos
en nuestra causa
ardiente y clandestina."
.
http://serpoeta.blogspot.com/

quinta-feira, dezembro 04, 2008

PRA NÃO ESQUECER!!!!

"Oh, sim! Eu estou tão cansado mas não pra dizer
que eu não acredito mais em você
Com as minhas calças vermelhas
meu casaco de general, cheio de anéis
Eu vou descendo por todas as ruas
e vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
graças a Deus! E não me importa, honey
Oh, minha honey baby !"
.
("Vapor Barato", de Jardes Macalé).


terça-feira, dezembro 02, 2008

ADORÁVEL SUGESTÃO:

A Pesar De Los Pesares
.
De:Eduardo Galeano
.
.
"1. América Latina ya no es una amenaza. Por tanto, ha dejado de existir. Rara vez las fábricas universales de opinión pública se dignan a echarnos alguna ojeada. Y sin embargo Cuba, que tampoco amenaza a nadie, es todavía una obsesión universal.
.
No le perdonan que siga estando, que maltrecha y todo siga siendo. Esa islita sometida a feroz estado de sitio, condenada al exterminio por hambre, se niega a dar el brazo a torcer. ¿Por dignidad nacional? No, no, nos explican los entendidos: por vocación suicida. Con la pala en alto, los enterradores esperan. Tanta demora los irrita. Al Este de Europa han hecho un trabajo rápido y total, contratados por los propios cadáveres, y ahora están ansiosos por arrojar tierra sin flores sobre esta porfiada dictadura roja que se niega a aceptar su destino. Los enterradores ya tienen preparada la maldición fúnebre. No para decir que la revolución cubana ha muerto de muerte matada: para decir que ha muerto porque morir quería.
.
2. Entre los más impacientes, entre los más furiosos, están los arrepentidos. Ayer han confundido al estalinismo con el socialismo y hoy tienen huellas que borrar, un pasado que expiar: las mentiras que dijeron, las verdades que callaron. Es el Nuevo Orden Mundial, los burócratas se hacen empresarios y los censores se vuelven campeones de la libertad de expresión.
.
3. Nunca he confundido a Cuba con el paraíso. ¿Por qué voy a confundirla, ahora, con el infierno?.
Yo soy uno más entre los que creemos que se puede quererla sin mentir ni callar.
.
4. Fidel Castro es un símbolo de dignidad nacional. Para los latinoamericanos, que ya estamos cumpliendo cinco siglos de humillación, un símbolo entrañable.
.
Pero Fidel ocupa, desde hace añares, el centro de un sistema burocrático, sistema de ecos de los monólogos del poder, que impone la rutina de la obediencia contra la energía creadora; y a la corta o a la larga, el sistema burocrático -partido único, verdad única- acaba por divorciarse de la realidad. En estos tiempos de trágica soledad que Cuba está sufriendo, el Estado omni-potente se revela omni-impotente.
.
5. Ese sistema no proviene de la oreja de una cabra. Proviene, sobre todo, del veto imperial. Apareció cuando la revolución no tuvo más remedio que cerrarse para defenderse, obligada a la guerra por quienes prohibían que Cuba fuera Cuba; y el incesante acoso exterior lo fue consolidando a lo largo del tiempo. Hace más de treinta años que el veto imperial se aplica, de mil maneras, para impedir la realización del proyecto de la Sierra Maestra.
.
Continuo escándalo de hipocresía: desde aquel entonces, toman examen de democracia a Cuba, los fabricantes de todas las dictaduras militares que en Cuba han sido.
.
En Cuba, democracia y socialismo nacieron para ser dos nombres de la misma cosa; pero los mandones del mundo sólo otorgan la libertad de elegir entre el capitalismo y el capitalismo.
.
6. El modelo de la Europa del Este, que tan fácilmente se ha derrumbado allá, no es la revolución cubana. La revolución cubana, que no llegó desde arriba ni se impuso desde afuera, ha crecido desde la gente, y no contra ella ni a pesar de ella. Por eso ha podido desarrollar una conciencia colectiva de patria: el imprescindible auto-respeto que está en la base de la auto-determinación.
.
7. El bloqueo de Haití, anunciado con bombos y platillos en nombre de la democracia herida, fue un fugaz espectáculo. No duró nada. Terminó mucho antes del regreso de Aristide. No podía durar: en democracia o en dictadura, hay cincuenta empresas norteamericanas que sacan jugo a esa mano de obra baratísima.
.
En cambio, el bloqueo contra Cuba se ha multiplicado con los años. ¿Un asunto bilateral? Así dicen; pero nadie ignora que el bloqueo norteamericano implica, hoy por hoy, el bloqueo universal. A Cuba se le niega el pan y la sal y todo lo demás. Y también implica, aunque lo ignoren muchos, la negación del derecho a la autodeterminación.
.
El cerco asfixiante tendido en torno a Cuba es una forma de intervención, la más feroz, la más eficaz, en sus asuntos internos. Genera desesperación, estimula la represión, desalienta la libertad. Bien lo saben los bloqueadores.
.
8. Ya no hay Unión Soviética. Ya no se puede cambiar, a precios justos, azúcar por petróleo.
.
Cuba queda condenada al desamparo. El bloqueo multiplica el canibalismo de un mercado internacional que paga nada y cobra todo. Acorralada, Cuba apuesta al turismo. Y se corre el peligro de que resulte peor el remedio que la enfermedad.
.
Cotidiana contradicción: los turistas extranjeros disfrutan de una isla dentro de la isla, donde para ellos hay lo que para los cubanos falta. Se reabren viejas heridas de la memoria. Hay bronca popular, bronca justa, en esta patria que había sido colonia, y había sido putero, y había sido garito.
.
Penosa situación, sin duda; que por ser cubana, se mira con lupa. Pero, ¿quién puede tirar la primera piedra? ¿No se consideran normales, en toda América Latina, los privilegios del turismo extranjero? Y, peor, ¿no se considera normal la sistemática guerra contra los pobres, desde el mortal muro que separa a los que tienen hambre de los que tienen miedo?
.
9. ¿En Cuba hay privilegios? ¿Privilegios del turismo y también, en cierta medida, privilegios del poder? Sin duda. Pero el hecho es que no existe sociedad más igualitaria en América. Se reparte la pobreza: no hay leche, es verdad, pero la leche no falta a los niños ni a los viejos. La comida es poca, y no hay jabones, y el bloqueo no explica por arte de magia todas las escaseces; pero en plena crisis sigue habiendo escuelas y hospitales para todos, lo que no resulta fácil de imaginar en un continente donde tantísima gente no tiene otro maestro que la calle, ni más médico que la muerte.
.
La pobreza se reparte, digo, y se reparte: Cuba sigue siendo el país más solidario del mundo. Recientemente, por poner un ejemplo, Cuba fue el único país que abrió las puertas a los haitianos fugitivos del hambre y de la dictadura militar, que en cambio fueron expulsados de los Estados Unidos.
.
10. Tiempo de derrumbamiento y perplejidad; tiempo de grandes dudas y certezas chiquitas.
.
Pero quizá no sea tan chiquita esta certeza: cuando nacen desde adentro, cuando crecen desde abajo, los grandes procesos de cambio no terminan en su lado jodido.
.
Nicaragua, pongamos por caso, que viene de una década de asombrosa grandeza, ¿podrá olvidar lo que aprendió en materia de dignidad y justicia y democracia? ¿Termina el sandinismo en algunos dirigentes que no han sabido estar a la altura de su propia gesta, y se han quedado con autos y casas y otros bienes públicos? Seguramente el sandinismo es bastante más que esos sandinistas que habían sido capaces de perder la vida en la guerra y en la paz no han sido capaces de perder las cosas.
.
11. La revolución cubana vive una creciente tensión entre las energías de cambio que ella contiene y sus petrificada estructuras de poder.
.
Los jóvenes, y no sólo los jóvenes, exigen más democracia. No un modelo impuesto desde afuera, prefabricado por quienes desprestigian a la democracia usándola como coartada de la injusticia social y la humillación nacional. La expresión real, no formal, de la voluntad popular, quiere encontrar su propio camino. A la cubana. Desde adentro, desde abajo.
.
Pero la liberación plena de esas energías de cambio no parece posible mientras Cuba continúe sometida a estado de sitio. El acoso exterior alimenta las peores tendencias del poder: las que interpretan toda contradicción como un posible acto de conspiración, y no como la simple prueba de que está viva la vida.
.
12. Se juzga a Cuba como si no estuviera padeciendo, desde hace más de treinta años, una continua situación de emergencia. Astuto enemigo, sin duda, que condena las consecuencias de sus propios actos.
.
Yo estoy en contra de la pena de muerte. En cualquier lugar. En Cuba, también. Pero, ¿se puede repudiar los fusilamientos en Cuba sin repudiar, a la vez, el cerco que niega a Cuba la libertad de elegir y la obliga a vivir en vilo?.
.
Sí, se puede. Al fin y al cabo, a Cuba le dictan cursos de derechos humanos quienes silban y miran para otro lado cuando la pena de muerte se aplica en otros lugares de América. Y no se aplica de vez en cuando, sino de manera sistemática: achicharrando negros en las sillas eléctricas de los Estados Unidos, masacrando indios en las sierras de Guatemala, acribillando niños en las calles de Brasil.
.
Y por lamentables que hayan sido los fusilamientos en Cuba, al fin y al cabo, ¿deja de ser admirable la porfiada valentía de esta isla minúscula, condenada a la soledad, en un mundo donde el servilismo es alta virtud o prueba de talento? ¿Un mundo donde quien no se vende, se alquila?."

"... hoje, apetecesse indagar do "verdadeiro valor das pessoas" e da diferença com o "verdadeiro valor das relações que tecemos"? 
.
As aspas citam, palavras vindas daqui perto. Ideias que esvoaçam, de há muito atrás e a lançarem-se para diante.
.
O que é «verdadeiro»? O que acreditamos ser verdade?
O que se prova ou in-prova, fundado ou in-fundado, em dias de "crise"?
Que o valor das pessoas é o delas, ou antes o que lhes atribuímos ou o que julgámos que tinham?
.
E se formos sempre nós?
quem fala, quem diz, quem erra, quem ajuíza, quem valora, quem atribui sentido, quem se defrauda, quem se des-ilude....se, afinal, pouco do mundo vier de fora para dentro?
e se os olhos com que olhamos forem, não espelhos, mas produtores de imagens?"
.
http://espelhoselabirintos.blogspot.com