Diário de Liv

quinta-feira, julho 26, 2007

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Quero sair e poder viajar
quero o momento certo em qualquer lugar
quero contar as horas sem medir o tempo
quero poder ouvir meu próprio silêncio
quero acordar no meio de um sonho
quero abrir os olhos e me ver desconhecido
quero acreditar muito mais no que sinto
quero invadir e mostrar o que está escondido
quero revelar os meus piores segredos
quero só encontrar uma estranha alma
que me aceite desse modo, desse jeito
que não veja com os olhos os meus poros
mas somente veja o resto de mim!
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LVM

terça-feira, julho 24, 2007

... sentimentos sem voz ...

"Indefinição
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Estás longe e perto, indistintamente:
Se te olho foges como reflexo
Do meu olhar em ti, e eu sem nexo
Foco mais e mais, para escapares mais somente.
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Como ser tudo sem palavra alguma...
Mas resistir tanto a todas que são ditas!
Não poder realizar, senão no que meditas,
A junção que de duas almas faz uma!
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Talvez por falta de jeito, assumo...
Ou por não haver palavras que sirvam para nós
Ou por não quereres mais do que o indefinido...
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Não queres nomes, não queres conceitos, não queres rumo,
Não queres dos sentimentos que existem voz...
Só me queres pelo subtil amor escondido
!"
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http://semtido.blogs.sapo.pt/67124.html

segunda-feira, julho 23, 2007

Meu tempo de silêncio!

"... agora sinto necessidade de palavras -
e é novo para mim o que escrevo
porque minha verdadeira palavra foi até agora intocada.
A palavra é a minha quarta dimensão ....
Escrevo por acrobáticas e áereas piruetas
- escrevo por profundamente querer falar.
Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio."
Clarice Lispector.
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"O primeiro sintoma de que estamos
matando nossos sonhos é a falta de tempo.
As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo.
As que nada fazem estão sempre cansadas."
O Diário de Um Mago
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"Pior do que uma voz que cala - É um silêncio que fala"
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"Quero o que em silêncio, guardas, e o que mostras sem receio.
Quero o que te falta e o que transborda.
Quero-te óbvio e quero-te absurdo: poros abertos, asas infladas.
Quero o desejo que te cala e os sonhos que teces em segredo.
Quero-te o amor mesclado de fascínio e espanto.
Mas, quero-te, também, o amor sereno,
de algas, moluscos e plânctons.
E por querer-te assim, tanto e inteiro,
impunemente te guardo no imenso vazio do meu peito."
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domingo, julho 22, 2007

"desCoberta
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Preciso de barulho

de batom vermelho nos lábios
e salto alto nos pés
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Preciso da rua
dos bares lotados
de vodka com gelo e um cigarro
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Porque este silêncio me cansa
me invade por demais
E esta saudade inquieta
por debaixo das cobertas
já não quero mais
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Preciso me descobrir
deixar a saudade embaixo da cama
e levar este silêncio pra sair"
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Mary
http://blogdesete.blogspot.com/2006_10_01_archive.html

Farsas e sonhos...

"Imparidade ao ileal, quedado ao caos do trivial, sono, sono... Dormem diáfanos em sonho todos os que vivem em contos. Vidas almas ébrias necessitando viver o que eleva, o negado, incompreendido. O que não normalmente nas vielas de todo tipo de cultura não ensina-se a SER por si mesmo. Dependência, a criatura (não) sendo algo do ilusório. Ébria de graças ou torpes tormentos, sendo, o que é da virtude ultrapassante, livre de todo ideal, limite, farsa da idiossincrasia, a deploração em estado de comum diplomacia."
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João Domínio
wwwpoesiagnosticaefilosofia.blogspot.com

sábado, julho 21, 2007

Posso publicar nossos segredos???

"Do baú: Perguntas
Dás-me licença
De entrar na tua vida
E pendurar na parede da tua sala
A minha janela?
Posso desarrumar tudo
Tirar os sapatos
E estender-me no teu mundo?
Espalhar nos teus minutos
Toda as dúvidas
Que trago comigo ?
Passear descalça pelo
Corredor das tuas certezas?
Desfazer a tua cama
e dormir atravessada nos teus sonhos?
Posso entrar e sair de casa
Dás-me a chave
E não me marcas horas?
Posso voar ?
Daqui onde estou presa
Para a tua vida inteira?"

quinta-feira, julho 19, 2007

"Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo".
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Fernando Pessoa

"Subentenda-me"

"Não ouça o que estou dizendo. Ouça o que eu quero dizer em tom sublime. Frases subliminares, Intenções segundas, terceiras, diversas, múltiplas... Leia! Está escrito em minha testa, talhado com canivete... Leia meus lábios mudos e surdos. Interprete meus sinais. Leia minha mente criptografada. Hieróglifos. Decifra-me (ou devoro-te)! Descobre-me (e conquista-me)! Desvenda-me! Abra os olhos desse pobre falso cego... Abra teus olhos e olhe em meus olhos. Me olhe na cara! (Qualquer uma das duas!). Não ouça o que estou dizendo, ouça o que eu quero dizer. Subentenda-me."

segunda-feira, julho 16, 2007

Discurso Barato!

"Sou mais versão do que fato,
bem mais talvez que decerto;
indecifrável retrato,
num álbum jamais aberto.
Nunca fui Sol, só deserto.
Só fui supérfluo e aparato.
Trago um discurso barato
onde me finjo liberto.
Solenemente abstrato,
sou bem mais longe que perto."
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Antoniel Campos

domingo, julho 15, 2007

* FESTA JULINA *

Amar Quem Eu Já Amei
Zé Ramalho
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"Seu moço eu venho de longe
Não sei onde vou chegar
Não tenho medo de seguir
Mas tenho medo de voltar
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Plantar, plantar porque homem sou
Plantar, colher para quem não plantou
Amar, amar quem nunca me amou
Ser mais escravo do que hoje sou
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Quando a ida não é boa
A volta não pode prestar
Não tenho medo de seguir
Mas tenho medo de voltar
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Acreditar no que eu acreditei
E trabalhar para quem trabalhei
Amar, amar quem eu já amei
Passar caminho que eu já passei"

quarta-feira, julho 11, 2007

Tão longe e tão perto...

"Certo, correcto, acerto no pecado longe e tão perto o certo é errado. Sonho incerto no escuro descoberto no céu tão perto do véu o pecado. Olho nos olhos e cego desperto, já sei o que quero. Quero e não quero. Vivo em pranto choro e berro, morro ao canto em que te espero. Corro, caminho para longe sozinho morro afogado no escuro do vinho, a luz do além aparece de norte, seduz e reduz a vida à morte. Quero, queria, passo, padeço, choro em esteria eu não mereço. (...) Sonho incerto do qual desperto longe e tão perto."

"Eu...Prefiro a implosão!
A ter de esperar que o tempo passe
A ter de esperar que a vida mude
A ter de esperar que a sorte vire
A ter de esperar o raio que me parta,
O maldito raio que tanto evoco e não cai
E não me vem partir,
E não me reduz a pó,
E não me reduz ao nada,
Para nada ter de sentir."

segunda-feira, julho 09, 2007

"Há caminhos que não sabemos onde começam nem onde acabam e muito menos para onde nos levam. Sabemos apenas que neles seguimos sozinhos"

"No fim da avenida"




"Quando a lua apareceu
ninguém sonhava mais do que eu
já era tarde
mas a noite é uma criança distraída
Depois que eu envelhecer
ninguém precisa mais me dizer
como é estranho ser humano
nessas horas de partida
É o fim da picada
depois da estrada começa
uma grande avenida
no fim da avenida
existe uma chance, uma sorte,
uma nova saída
são coisas da vida
e a gente se olha, e não sabe
se vai ou se fica
Qual é a moral?
qual vai ser o final dessa história?
eu não tenho nada pra dizer
por isso digo
que eu não tenho muito o que perder
por isso jogo
eu não tenho hora pra morrer
por isso sonho"
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Rita Lee

quinta-feira, julho 05, 2007

Lapsos de intensos sonhos...

"Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentido-me na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento
Minha alma não tem alma.
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Se existo, é um erro eu saber. Se acordo

Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero, nem tenho, nem recordo.
Não tenho ser, nem lei.
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Lapso da consciência entre ilusões,

Fantasmas me limitam e me contêm
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém."
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Fernando Pessoa

quarta-feira, julho 04, 2007

"Sem querer sem ver"

"Não olhes para mim, incomoda-me.Os teus olhos seguem-me e eu não gosto. Não gosto de saber que conheces os meus movimentos e os meus gestos.E perguntas porque só sei falar de amor. Porque só falas de amor?Não conheço mais nada. Conheço as viagens e pouco do mundo, conheço a família, a maravilha que é a natureza e as flores, a tristeza das ruas quando chove, o milagre de fazer nascer alguém, o mar. Prefiro o amor, às vezes prefiro a ausência do amor. Mas não me olhes assim. Incomoda-me. Incomoda-me que compreendas o que sinto, me vejas como sou. Deixa-me continuar a fingir o nada dentro de mim. Deixa-me caminhar numa solidão que é só minha, porque a solidão quase nunca se vive a dois, a não ser quando se ama. Porque só falas de amor? Procura outras coisas.O que procuro está dentro de mim e essa tem que ser a melhor viagem. Em ti, vejo uma maneira de me encontrar, mesmo que desista a meio, mesmo que me perca e nem tu me encontres. Só posso falar do amor, que pouco conheço. Incomoda-me que olhes para mim. Sou livre e o teu olhar prende-me; numa prisão que não conheço. Não cometi nenhum crime. Desvia esse olhar. Vê outros e vê o mundo. Eu olho o mundo, olho a vida. Estás no entretanto. Não posso evitar se te encontro pelo caminho. Não posso evitar ver-te, mesmo que me peças mil vezes. Talvez se procurar outra passagem e me desvie do teu olhar. Talvez."

terça-feira, julho 03, 2007

"A vida não passa dum sonho
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A vida não passa dum sonho
A vida não passa dum sonho:
O sonho a que chamamos viver.
Uma ilusão sobre a qual ponho
A maior ilusão do meu ser...
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No que olho no que passa,
Nada vejo senão eu.
Será que vejo o que faça
Maior por ser feito meu?
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Nada posso sobre nada:
Nem mesmo eu sobre mim...
Que tristeza de alma parada,
Que tristeza de ser assim
..."
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Leonardo Bonfim
http://semtido.blogs.sapo.pt/