Diário de Liv

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Diferentes Carnavais

A importância de partir sempre  
para novos lugares, para outros pontos de vista... 
Para diferentes carnavais...

Viajar rumo à própria felicidade,
no atravessar constante e perene 
que se apresenta a alegoria da vida. 
Ter lá o seu roteiro, sim, 
mas saber que às vezes h'a de improvisar.

Tentar tocar as pessoas pelo maior interesse humano
Ser em si mesmo a sua mais pura essência 
Ser em si mesmo uma viagem: 
Tendo toda a poesia, a coragem do errante, 
a sabedoria e a aprendizagem do viajante.

É um privilégio sentir essa imensa alegria 
sem nenhuma fantasia.
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LVM

TRILHAS: SONORAS E TERRESTRES

end of the road

Eddie Vedder

 .

I won't be the last
I won't be the first
Find a way to where the sky meets the earth
It's all right and all wrong
For me it begins at the end of the road
We come and go...





...VIAGEM...

QUE DIA LINDO COMO DEVERIAM SER TODOS OS DIAS! ACORDAR E AINDA SENTIR QUE A VIDA NAO ‘E UMA ILUSAO ADORMECIDA… ELA ESTA SORRINDO SILENCIOSAMENTE… BUSCANDO RECIPROCIDADE! COMO UMA INTENSA VIAGEM EM BUSCA DE SI MESMO... COMO UMA CORRENTEZA QUE MISTERIOSAMENTE SE ESCONDE EM GRUTAS E CAVERNAS... MESMO QUE NO NO CAMINHO HAJAM PEDRAS... ASSIM ESTIVE POR ESSES DIAS ... OLHANDO A PAISAGEM SEM LIMITE DO HORIZONTE ... COMO UM ESTRANHO QUE CONVIVEMOS DIARIAMENTE... NA INTENCAO DE OBSERVAR ESTRELAS CADENTES E AINDA SIM NAO VER O ESSENCIAL DA VIDA... VIVER 'E ISSO... CHEGAR E PARTIR... BUSCAR NOVAS TRAJETORIAS... IMPREVISIVEIS DESAFIOS... MERGULHANDO EM SI... 

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LVM

terça-feira, fevereiro 17, 2009

SHOW DO MANO CHAO...

domingo, fevereiro 08, 2009

"Pensar antes, sofrer antes da existência. No silêncio a vida há, antes de ser. Escrever é tardio pensamento, porque muito antes do céu e da terra, a vida era, o poeta era, e heras eram.

Escrever contos, poemas, digressões, qualquer coisa existiu antes das palavras. Qualquer sentimento, soluços de dor e de alegria. Gozo e tormentas, tudo, tudo houve antes de haver em folhas de papel e telas de computador.

Escrever vem depois do sofrer, das ilusões, se sábio ou não, não importa - escrever vem depois e antes do fim. O pensamento já era, antes de estar entre os dedos de quem escreve. É adormecido escrever, as palavras se agrupam em volta das dores e sensações tantas quantas sentir o poeta, o escritor que já existia, antes de nascer ele era.

Escrever é ato tardio porque nem havia palavras e dinossauros temeram o homem. Este homem pensava e amava, e nas cavernas desenhou seu destino insólito. E ele já era, antes mesmo de congelar. Escrever é assim, não há palavras e nem som, só nuvem como o ar, atmosfera entre galáxias, um éter eterno que vira depois, a poesia.

Escrever é tardio pensamento, não há dores nem sofrimento, apenas uma onda elétrica percorrendo o corpo, seduzindo a alma, enquanto nada em volta há. Mas já havia a fúria de pensar. E pensar já era antes de escrever. Escrever é tardio…

É estar na cadeira flutuando nas nuvens. Ora negra, ora invisível, sem inspiração. Nada disso importa. Escrever é tarde quando pensar já era, antes de ser. Pensar é não escrever. Pensar é sofrer e gozar. Da noite ou do dia. Sol ou chuva. No chão ou no céu. Não importa mais.

Escrever é tardio e às vezes falho, se não há pensamentos sem nunca ter sido. Eternidade das letras não há. Só o pensamento é, desde que já tenha sido. Um dia."

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http://carva1.wordpress.com/2008/12/07/escrever-e-tardio-pensamento/


"Esgotamento

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é preciso aprender a não nos agarrarmos
às coisas, às ideias, às emoções
pois uma vez convocadas
logo chega a hora de partirem

de as deixarmos ir
de ficarmos sós

porque nada nos pertence
porque nada fica sempre em nós
porque tudo muda

menos o constante apelo de ser
de apenas ser
de ser"

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http://blogdapontamentos.blogsome.com

"SENTIR É ESTAR DISTRAÍDO"

" Nunca fui senão uma criança que brincava. Fui gentio como o sol e a água, de uma religião universal que só os homens não têm. Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma, nem procurei achar nada, nem achei que houvesse mais explicação Que a palavra explicação não ter sentido nenhum. Não desejei senão estar ao sol ou à chuva - Ao sol quando havia sol e à chuva quando estava chovendo (E nunca a outra cousa), Sentir calor e frio e vento, e não ir mais longe. Uma vez amei, julguei que me amariam, mas não fui amado. Não fui amado pela unica grande razão - Porque não tinha que ser. Consolei-me voltando ao sol e a chuva, e sentando-me outra vez a porta de casa. Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados como para os que o não são. Sentir é estar distraido. "

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Alberto Caeiro

http://danielamenezes.zip.net/arch2005-03-01_2005-03-31.html


quarta-feira, fevereiro 04, 2009

"Do caminho indefinido que percorro na trajetória de minha vida,

uma de minhas poucas certezas:

você tinha que cruzar o meu."

http://www.cirilovelosomoraes.com.br/category/sentimentos/


domingo, fevereiro 01, 2009

PENSAR É TRANSGREDIR 
Lya Luft 
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"Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmo - para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estejamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelo chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!" O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Algumas, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se. Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro deveria ser de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida. Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza tem significado como fases do processo. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreendermos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é facil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada execpcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer. "

Para Terça-feira