BALAIADA
"Que medo, que hesitação sentimos
em despertar esse leão adormecido,
cujos rugidos fazem estremecer todo o nosso ser!"
Eugène Delacroix, in 'Diário'
" E então ficamos os dois em silêncio, tão quietos
como dois pássaros na sombra, recolhidos
ao mesmo ninho,
como dois caminhos na noite, dois caminhos
que se juntam
num mesmo caminho...
Já não ouso... já não coras...
E o silêncio é tão nosso, e a quietude tamanha
que qualquer palavra bateria estranha
como um viajante, altas horas...
Nada há mais a dizer, depois que as próprias mãos
silenciaram seus carinhos...
Estamos um no outro
como se estivéssemos sozinhos..."
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J.G. de Araujo Jorge
"Que medo alegre: o de te esperar."
“Agora é um instante. Já é outro agora.”
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"Nada existe de mais difícil do que entregar-se ao instante."
"Muito cedo na minha vida ficou tarde demais..."
“Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.”
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Lya Luft
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Stephanie Borges
http://blogdesete.blogspot.com/
Verdade seja dita… tenho medo e gosto disso…
da segurança diante do desconhecido…
da vontade de assumir o controle das emoções certas…
quase em perfeita harmonia com a falsidade…
escondendo sentimentos… como um jogo de cartas…
as intenções camufladas… as provocações egoístas….
A arrogância de ser melhor … mas verdade seja dita…
fazemos tudo isso na tentativa se sermos imprevisíveis…
inseguros… imperfeitos…
queremos tanto a intensidade dos momentos
que controlamos cada impulso
direcionado para sermos nós mesmos!!!!
Verdade que não quer ser dita…
somos livres e queremos o lado exato da prisão…
somos a dúvida e a certeza do tempo…
algo fatal nos espera mas não avisa quando,
nem como e nem por que… não se libera...
e contrariando a razão... a verdade não pode ser medida…
pois verdade não há…
existe apenas o tormento para que ela seja proferida...
para que as ausências se tornem mentiras...
para acreditar na ilusão de que a verdade existe...
nem que seja por um breve instante...
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LVM
"Sou o que sou...